A primeira aparição de Adriana Esteves na pele de Fátima em Justiça foi discreta. Mas, às terças-feiras, na Globo, após Velho Chico, a minissérie dá espaço para a atriz ser a protagonista extraordinária e emocionar os telespectadores com a triste história da empregada doméstica.
No enredo, Fátima fica presa durante sete anos por causa de um crime que não cometeu. Após a saída da prisão, ela reencontra os filhos Jesus (Tobias Carrieres) e Mayara (Julia Dalavia) em situações complicadas e tenta resgatá-los. O caçula, que estava vivendo nas ruas, volta para casa, mas a primogênita se tornou prostituta e quer se vingar de Kellen (Leandra Leal), que colaborou para a ruína de sua família.
“Fátima é uma mulher cheia de esperança, com uma ética adorável. Eu me pego pensando muito nisso quando estou construindo a personagem. Enquanto conto a história dela, penso na quantidade de mulheres que existem por aí e merecem ter voz ativa. Então, tento representá-las. A cada minuto temos injustiçados”, afirma Adriana Esteves.
Entrosamento
Muitos fatores levaram a atriz a aceitar integrar o elenco de Justiça. Um deles foi o convite partir do diretor José Luiz Villamarim, com quem ela já havia trabalhado em Avenida Brasil. Para Adriana, o país está investindo cada vez mais em séries e isso contribui para que projetos como esses cresçam.
“É algo que me encanta muito. Então, quando partiu um convite do Zé, com um texto da Manuela Dias, um elenco dos mais maravilhosos da tevê e uma equipe técnica de luxo, não tinha como recusar. E a gente ainda tem o Walter Carvalho como diretor de fotografia”, ressalta ela.
Além disso, Justiça possibilita que Adriana trabalhe novamente com Vladimir Brichta, seu marido, mesmo não contracenando diretamente. Desde 2003, quando atuaram em Kubanacan, esse encontro não acontecia na televisão. Antes da minissérie, o último projeto juntos foi o filme Real Beleza, de Jorge Furtado, em 2015.
Carminha eterna
Mesmo com o relato de tantos casos de pessoas que querem fazer justiça com as próprias mãos, como acontece na trama de Manuela Dias, Adriana ainda acredita no ser humano. Para a atriz, se cada cidadão fizer a sua parte, já ajuda para que tantas injustiças não aconteçam.
“Eu acho que a gente não pode desistir da justiça. Temos que lutar para que ela aconteça. E a gente tem que fazer pequenininho dentro de cada atitude da nossa vida. Pode ser educando os filhos, exercendo a tolerância, a paciência, o cuidado”, afirma.
Porém, apesar de a minissérie estar fazendo sucesso, ainda não é de Fátima que Adriana é chamada nas ruas. A vilã Carminha, da novela Avenida Brasil, continua marcando a imagem de sua intérprete. Comparando um trabalho longo, como a novela, e uma minissérie (ou série), que tem uma menor duração, a atriz ressalta que o ritmo diferencia as produções.
“É mais calmo. Você não tem surpresas a cada semana. Agora, a novela tem uma coisa deliciosa que é a própria euforia, que, às vezes, é positiva. Quando você percebe, vai buscando uma energia que nem sabia que tinha. São coisas diferentes”, relata.
Fonte: http://www.atarde.uol.com.br/cultura/noticias/1800686-a-gente-nao-pode-desistir-da-justica-diz-adriana-esteves