“Amor de mãe” voltou com cenas inéditas à Globo na noite desta segunda-feira (15) com Thelma (Adriana Esteves) mostrando que não está mesmo para amenidades. Depois de atropelar Rita (Mariana Nunes), no capítulo do último sábado, para evitar que ela contasse a Lurdes (Regina Casé) que Danilo (Chay Suede) é Domênico, o filho perdido da nordestina, a personagem foi capaz de dopar Jane (Isabel Teixeira), sua melhor amiga, e matá-la por aspiração de monóxido de carbono, presa dentro do carro, quando a médica descobriu o assassinato da mãe biológica de Camila (Jéssica Ellen). E outros crimes estão por vir, como a encomenda da morte da nora, que acaba ficando paraplégica, e o sequestro de Lurdes.
Ao analisar essa fase final de sua personagem, no entanto, Adriana Esteves sai em defesa de Thelma:
— Ela será capaz de tudo para preservar o filho, não admite abrir mão do título de mãe. Mas as loucuras são passionais. Se bobear, ela faz as maiores atrocidades chorando, entra em total desequilíbrio. Eu acho que ela merecia conseguir se encontrar, porque sofre muito. Tem uma dor grande, é triste, precisava evoluir. Eu queria muito que todo mundo pudesse crescer, melhorar. Mas, para algumas pessoas, isso parece tão difícil, né? Para ela, também.
A atriz, de 51 anos, que coleciona em 32 de teledramaturgia papéis icônicos de mulheres destemperadas e um tanto malvadas, prefere não usar rótulos para elas:
— Não considero Thelma vilã. E, se você perguntar a respeito de personagens que fiz anteriormente, que ficaram bastante conhecidas, também digo que não são vilãs. Na hora em que me dão aquele papel, vira uma pessoa pra mim. Eu acredito que aquele alguém existe, que representa milhares de outros. Vilã, na minha cabeça, é algo tão estereotipado! Acho até um desrespeito com minhas personagens chamá-las assim.
Sempre lembrada por seu trabalho como Carminha, de “Avenida Brasil” (2012), Adriana também sentiu o gostinho de interpretar Nazaré Tedesco, a antagonista de Renata Sorrah em “Senhora do destino” (2004), na primeira fase da novela de Aguinaldo Silva.
— Foi por uma semaninha só (risos). E foi lindo, porque eu e Renata somos meio almas gêmeas. Amo ter dividido uma personagem com ela! A gente já foi mãe e filha duas vezes, em “Pedra sobre pedra” (1992) e em “Segundo sol” (2018) — lembra a artista, celebrando papéis de tamanha repercussão: — Eu tenho a sorte de ser convidada para personagens muito bem escritos. E muito diferentes. Estou só na metade! Vem muita Carminha, muita Thelma, muita louca por aí. Também posso ser centrada, posso ser serena… Eu faço de acordo com as oportunidades. Dentro de mim tem um pouco de tudo.
Foto: Sérgio Zallis