No prédio da extinta Tv Manchete, na Praia do Flamengo, funcionava o teatro Adolpho Bloch – projetado por Oscar Niemeyer, com paisagismo de Burle Marx – que foi tombado e agora reabre com uma grande estrutura para receber os mais variados tipos de espetáculos. É o Teatro Prudencial, que apresenta a peça ‘Pi – Panorâmica Insana’ com Leandra Leal, Luiz Henrique Nogueira, Rodrigo Pandolfo e Claudia Abreu, que detalha: Eu não poderia imaginar que , depois de quatro anos de processo , de a gente achar a nossa dramaturgia , a nossa peça, isso fosse tão atual.’ Rodrigo Pandolfo completa: ‘Só que a peça deflagra uma realidade cruel que estamos vivendo mas, ao meu ver, com poesia!’
Num um cenário impactante, com 11 mil pecas do roupas, um retrato irônico e realista do mundo de hoje com mais de 150 personagens criados dentro da dramaturgia de Júlia Spadaccini, Jô Bilac e André Sant’anna com citações de Franz Kafka e Paul Auster.
Leandra Leal pontua: ‘Cada personagem que chega aqui é resultado de um processo dos quatro atores’. Luiz Henrique Nogueira ressalta: ‘A gente está tentando falar sobre o humano, com tudo que ele tem de ruim e de belo.
Com referências a autores como Kafka e André SantAnna, “PI” traz o elenco, formado ainda por Luiz Henrique Nogueira e Rodrigo Pandolfo, dando vida a 150 personagens das mais diversas nacionalidades e abordando temas como miséria e política, e usando mais de 11 mil peças de roupas. Não indicada para menores de 16 anos, a peça já passou por São Paulo.
Rodrigo Pandolfo, parceiro de cena de Leandra, defende que o espetáculo diz a que veio com muita garra. “Ele dialoga com esse momento do Brasil. É um aparente caos, mas existe uma ordem no caos. Mas é apenas um reflexo do caos que a gente está vivendo. E a gente trabalha para de dentro desse caos gerar lucidez. Todos os personagens são identificáveis. Ou você se identifica ou identifica alguém do seu lado”.
Já Cláudia Abreu destaca que a peça lança um olhar sobre a humanidade, ou a falta dela. “A gente perdeu a capacidade do espanto com tanta maldade. Eu lembro de um dia em que me choquei com a notícia de um estudante de Medicina, que em um grupo de Whatsapp, combinou de matar uma mendiga. Eu cheguei ao ensaio tão chateada, que essa mendiga ‘veio’ para o palco. Eu queria colocar esse espanto no palco. A peça é emocionante, mas também provoca riso. Nem que seja de nervoso”.
Foto: Felipe Panfilli
Fontes: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/o-que-fazer-no-rio-de-janeiro/noticia/2019/05/24/pi-panoramica-insana-inaugura-o-teatro-prudential-na-praia-do-flamengo.ghtml