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Adriana Esteves e Vladmir Brichta não levam seus personagens pra casa: ‘Para cama, só estamos indo eu e ele’

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Foto: Rede Globo/Divulgação
Foto: Rede Globo/Divulgação

Adriana Esteves e Vladimir Brichta levaram os “personagens para a cama’’ quando formaram par romântico em “Kubanacan” (2003). Treze anos depois do último trabalho na TV, que acabou em casamento, eles estão juntos novamente na minissérie “Justiça”. Os papéis continuam sendo assunto em casa, o que é inevitável, mas já não invadem as quatro paredes.

— Para a cama, só estamos indo eu e ele — sorri Adriana, que emenda:

— Trabalhar com o Vlad é um barato. O projeto de um casal pode ser filho, casa, e o nosso no momento é esse. Temos amigos em comum e conversamos sobre questões que enriquecem o trabalho.

Competição entre eles é algo que não existe.

— Lá em casa, só se for para ver quem fica mais feliz. Vamos nos estimulando para gostar, para querer trabalhar e enxergar coisas boas no que estamos nos propondo a fazer — frisa ela.

Na trama de Manuela Dias, dirigida por José Luiz Villamarim, eles não formam um casal. Contracenam uma vez e isso bastou para Vladimir questionar se a intimidade não atrapalharia.

— Teve uma situação que a gente comentou: ‘Como vai ser com o sotaque pernambucano (a minissérie se passa em Recife)? Vamos rir, vai ser terrível. Mas na hora, estávamos tão concentrados que, quando terminou, ela disse: ‘Vlad, não tinha espaço para isso’. Eu também olhei e pensei: ‘Não conheço essa mulher’. O negócio rolou, estávamos tão imbuídos da história. Dá um medinho, mas em casa a gente se diverte — conta o ator.

O fato de terem a mesma profissão facilita e a troca funciona perfeitamente, mas não é tão simples assim.

— É bom, só não é a coisa mais fácil do mundo. A gente se ajuda muito, a nossa fé cênica nos faz acreditar que somos aqueles personagens. Quanto mais intimidade você tem com a pessoa, mais tem que eliminar essa informação — explica ele.

Como colega de trabalho, Vladimir faz coro com os milhares de fãs de Adriana ao enaltecer as qualidades artísticas da mulher.

— Ela é uma das maiores atrizes da geração dela e muito boa de trabalhar. Digo isso porque tem grandes atores que não são bons de contracenar. A gente também preserva, nesses 13 anos de casamento, a admiração mútua — declara.

Apesar de estarem em núcleos diferentes, Adriana deu uns pitacos na composição do personagem do marido. Na produção, ele é Celso, um traficante com pinta de surfista, que mantém um quiosque de fachada para os seus negócios escusos. E ainda se tornará sócio de Maurício (Cauã Reymond) em um prostíbulo. Para isso, Vladimir descoloriu os cabelos, inspirado em Patrick Swayze no filme “Caçadores de emoção” (1991):

— Na primeira fase, eu usei aplique para o cabelo ficar maior, e descolori. O Celso vive a praia intensamente e me lembrei de quando eu vivia, apesar de não traficar (risos). Trabalhei em quiosque também, nos dois da minha mãe. Tinha algo de solar, achava que ficaria legal. Eu e Adriana sugerimos.

Já a atriz teve que passar por um processo de envelhecimento (com manchas maquiadas no rosto), consequência dos sete anos que sua personagem, a empregada doméstica Fátima, ficou presa, acusada injustamente de tráfico pelos vizinhos, o policial corrupto Douglas (Enrique Diaz) e a periguete Kellen (Leandra Leal).

Fátima entrou na mira do casal depois de matar o cachorro deles, que mordeu seu filho. Quando finalmente ela consegue a liberdade, seu marido, Waldyr (Angelo Antonio), está morto. O filho, Jesus (Tobias Carrieres), virou menino de rua, e a filha, Mayara (Julia Dalavia), prostituta na sauna de Kellen (Leandra).

— Fátima é uma mulher cheia de esperança, com uma ética adorável, e eu me pego pensando muito nisso quando estou contando a história dela. Penso na quantidade de mulheres como ela que existem por aí e que merecem ter voz. Eu tento representá-las.

Igual à doméstica, a artista não é vingativa:

— Ela prefere acreditar no ser humano, acreditar que as pessoas podem se transformar. Eu também.

Fazer justiça com as próprias mãos, uma das discussões da minissérie, não compensa para Adriana.

— A gente não pode desistir da Justiça. Temos que lutar para que ela aconteça, e começar a fazer isso em pequenas coisas, dentro de casa, na educação dos filhos, sendo tolerantes, cuidadosos, de várias formas.

No caso de Vladimir, Celso é um bandido que sabe amar:

— Ele é apaixonado pela Rose (Jessica Ellen). É um cara que vende armas, drogas, é frio, mas lida com o afeto muito bem.

Reconhecido por seus papéis cômicos na telinha, o ator encara esse drama como uma renovação:

— Quando fiz um personagem dramático na TV, eu fracassei, a novela não foi bem (o único papel dramático do ator foi em “Começar de novo’’, de 2004). Então, encaro esse trabalho como minha estreia no drama. Confesso que não estava em casa pensando que agora podia vir uma coisa dramática, porque eu estava exercitando isso no cinema e no teatro. Mas é um presente poder mostrar para o grande público outra linguagem.

Fonte: http://extra.globo.com/tv-e-lazer/adriana-esteves-vladmir-brichta-nao-levam-seus-personagens-pra-casa-para-cama-so-estamos-indo-eu-ele-19996459.html#ixzz4IdFFgVmD

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