Adriana Esteves não tem medo de “fantasmas”. Logo que as primeiras chamadas de “Segundo Sol” foram exibidas, lembrar de Carminha, sua última personagem de grande repercussão na televisão, foi inevitável. Em um primeiro momento, as semelhanças com Laureta, papel interpretado pela atriz na atual trama das 21 horas, podem até saltar aos olhos.
Afinal, são duas vilãs louras e espalhafatosas escritas por João Emanuel Carneiro. Mas nem de longe Adriana se deixa influenciar pela pressão de superar o êxito que alcançou em “Avenida Brasil”.
Desde que estreou na tevê, como apresentadora do programa “Evidências”, exibido pela Band em 1988, Adriana acumulou personagens de destaque. Entre elas, as protagonistas Marina de “Pedra Sobre Pedra”, Helena de “A Indomada” e Catarina de “O Cravo e A Rosa”.
Ao longo das três décadas de trabalho, a atriz elege a Carminha de “Avenida Brasil” como um marco em sua trajetória. Mas não se prende ao passado e está sempre em busca de novas parcerias profissionais.
Laureta é a grande vilã de “Segundo Sol”. Existem características da personagem que ajudam você a humanizá-la?
Adriana Esteves
Muita coisa. Laureta é uma mulher guerreira com um passado misterioso, que se emociona, tem suas dores e sofrimentos. Mulher nunca é simples. Toda a humanidade que procuro nessa personagem, e penso que ela está sendo escrita assim pelo João Emanuel Carneiro, está no fato de ser uma mulher com uma série de conflitos e questões. A minha preocupação não é fazer as vilanias de Laureta, mas sim contar a história dessa mulher e o que ela sente em relação a uma série de coisas que são abordadas na novela.
Você se preocupa com possíveis comparações com a Carminha, que você interpretou em “Avenida Brasil”?
Adriana
Acho que as pessoas podem comparar, mas eu não tenho de ter essa preocupação. Comparação é inevitável, mas, ao mesmo tempo, para mim, Laureta é tão diferente porque é uma outra mulher, em uma outra época, com uma outra história. Eu não me preocupo em fazer tudo diferente porque ela é naturalmente diferente. Eu não posso trabalhar com medo. Eu tenho de trabalhar com coragem, com criatividade e com alegria.
Na história, Laureta é uma promoter que usa o trabalho como fachada para agenciar meninas. Você se inspirou em alguém para criar a personagem?
Adriana
Conheço muitas Lauretas. Só que nunca, nem que eu seja amarrada, vou contar quem são. Porque minhas inspirações são todas em segredo. Copio todas elas. Quanto mais louca, mais eu copio. Copio uma coisa de cada uma e vou fazendo meu mosaico.
Em “Segundo Sol”, você volta a trabalhar com seu marido, Vladimir Brichta. Quais são as vantagens desse encontro profissional?
Adriana
Eu não sei o que é melhor, se é poder desfrutar do grande ator que ele é ou poder também desfrutar da companhia dele. Vamos estar muito mais juntos do que já ficamos. Vamos estar com as mesmas pessoas, nos encontrando nos mesmos lugares, fazendo as mesmas viagens. Isso é uma coisa muito especial para mim.
Mas vocês costumam conversar sobre o trabalho em casa?
Adriana
Conversamos muito. Agora, então, fazendo a mesma novela não tem como a gente não conversar. Tudo que vemos em casa serve de inspiração para a novela, assim como tudo o que lemos e os encontros que temos.
Aliás, sua personagem é baiana assim como o Vladimir. Ele ajudou você a encontrar o tom do sotaque em cena?
Adriana
Não só o marido é baiano, mas a família toda. A personagem tem um sotaque que eu consegui ter, não é forte. A equipe também tem pessoas que são da Bahia. Mas, independentemente de qualquer coisa, isso é uma busca, para contar uma história, uma delicadeza a mais. O importante é mostrar a delícia do povo baiano, como o povo é solar, como é a dança. Não é preciso ser fiel a sotaque.
Fonte: https://liberal.com.br/cultura/celebridades-e-tv/adriana-esteves-vida-nova-na-televisao-802943/