Se tem uma coisa que não passa pela cabeça de Adriana Esteves é enfrentar o dilema de Thelma em “Amor de mãe”: descobrir uma doença incurável que a leve a viver cada dia como o último.
— Não quero nem pensar nisso. Eu só trabalho com o positivo e isso é uma coisa que não se imagina — diz a atriz de 49 anos, ainda impressionada com a força da personagem, diagnosticada com um aneurisma cerebral: — Ela é cheia de esperança e batalha para viver bem o tempo que lhe resta.
Como sua maior razão de viver é o filho, Danilo (Chay Suede), Thelma tenta blindá-lo do sofrimento de saber que ela pode morrer a qualquer momento. Por ter superprotegido o garoto, a personagem acredita que o deixou vulnerável, cilada em que Adriana empenhou-se para não cair com os herdeiros.
— Eu sou protetora, mas procuro não invadir a liberdade dos meus filhos, do crescimento deles — analisa ela, mãe biológica de Felipe, de 19 anos, e Vicente, de 13, e do coração da enteada Agnes, de 22: — Tenho a felicidade de vivenciar a maternidade de duas formas. Agnes é minha filha, minha única menina. Tenho pelos três um amor igual. Meus filhos ainda me ensinam a ser mãe. Tem hora que a gente erra, pede desculpa, e vamos seguindo assim.
Além da postura de Thelma frente ao aneurisma cerebral, o que também deu o que falar foi a trilha sonora da personagem: “O que é que há”, de Fábio Jr., que traz na letra o verso “O que é que tá se passando com essa cabeça?”. Internautas viram uma certa ironia e fizeram graça no Twitter (veja abaixo). O diretor artístico, José Luiz Villamarim, porém, diz que a escolha da música “não tem relação com a letra, foi de acordo com a construção da personagem”.
— Acredito que Thelma goste do cantor há muitos anos, era fã do Fábio Jr. A cena marcante para a relação dela com a música foi o momento em que repassou a própria vida. E essa canção faz parte da sua história — afirma o diretor, garantindo que a faixa continuará na novela e que talvez seja ouvida ainda na voz de Gal Costa.
Foto: Estevam Avellar