A trama Amor de Mãe estava no ápice de sua história quando precisou ser interrompida por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, em março deste ano. À época, Thelma, uma das protagonistas do folhetim, interpretada brilhantemente pela atriz Adriana Esteves, descobre que o filho adotivo Danilo (Chay Suede), na verdade é Domênico. O jovem que sua melhor amiga, Lurdes (Regina Casé) tanto procura, desde que foi vendido pelo próprio pai no interior nordestino.
Pausada por longos meses, a obra escrita por Manuela Dias voltou a ser gravada, seguindo todas as medidas de prevenção da OMS para impedir a proliferação da Covid-19.
Até então, Adriana Esteves vinha dando um show de interpretação no horário nobre, na pele de uma mãe capaz de tudo para manter o filho em sua redoma, tamanha obsessão pela cria.
“A Thelma passa da barreira, eu procuro não passar”, pontuou a atriz, explicando ser uma mãe bem diferente, em entrevista sobre a personagem. No projeto das 21h, a famosa tem a felicidade de trabalhar novamente com o marido, Vladimir Brichta, ambos chegaram a contracenar no início do folhetim.
“É bom desfrutar do grande ator que ele é”, derreteu-se, ao falar do amado.
O romance entre os dois começou em 2004, desde então, nunca mais se desgrudaram. Quando casou-se com o intérprete do ambientalista Davi, a artista já era mãe de Felipe. No final do mesmo ano em que oficializaram os laços matrimoniais, nasceu Vicente, fruto dessa união. O mais bonito disso tudo foi Esteves adotar de coração a enteada Agnes, que havia perdido a mãe, vítima de câncer.
No auge de seus 50 anos, a diva pé no chão já está acostumada aos holofotes desde que fez sua estreia na telinha, no posto de apresentadora da atração Evidência, exibida pela Rede Bandeirantes, na década de 1980. Ficou conhecida ao vencer o concurso Estrela por um Dia no dominical Domingão do Faustão. Foi seu passaporte para fama, ao conquistar um papel em Top Model, dando vida à mimada Patrícia de Meu Bem, Meu Mal.
Dona de uma voz suave e personalidade tranquila, a atriz está longe de se intitular celebridade. Ao contrário. Prefere encarar a profissão com seriedade e se cobra para entregar ao público um trabalho de excelência, embora reconheça que não há perfeição na arte. A explosão em sua trajetória artística aconteceu há oito anos, ao interpretar a maquiavélica Carminha, de Avenida Brasil.
Batemos um papo sincero e especial com a estrela da teledramaturgia brasileira. Curta este bate-papo!
A Thelma é tida como uma mãe que extrapola alguns limites. E a Adriana, como se define nesse posto?
Adriana Esteves: Sou uma mãe absolutamente comum como todas as mães. A gente se une e se solidariza. Apaixonada, que protege, quer o melhor para os filhos, que luta por educação, acredita que educação é o melhor caminho; tento promover isso o tempo todo para eles. Eu sou protetora; super protetora eu já não sei. Não sei se excede o normal, de invasão de liberdade do próximo. Eu procuro não invadir a liberdade do crescimento deles. A Thelma passa da barreira, eu procuro não passar.
Sou uma mãe absolutamente comum como todas as mães. A gente se une e se solidariza.
Quando você interpreta vilãs em diferentes novelas, fica com receio de o público compará-las e acharem parecidas?
Não me preocupo com essa comparação, mas acho que é inevitável. Não trabalho com medo e sim com coragem, alegria e criatividade. São sempre histórias completamente diferentes. O grande barato dos personagens que fazemos é lembrarmos que o ser humano é único. Apenas é a mesma intérprete.
Qual o sentimento de trabalhar na mesma novela que seu marido, o ator Vladimir Brichta?
É o auge do prazer, em todos os sentidos. Conversamos sobre tudo que nos inspira para a novela. A gente troca muito palpite. É bom desfrutar do grande ator que ele é. Tem sido bom estarmos com as mesmas pessoas, nos mesmos lugares. Estou com ele há 16 anos, é uma sensação gostosa estarmos juntos nesse processo criativo.
Com 30 anos de carreira. Como define o sentimento por sua profissão?
Embora eu goste de fazer meu trabalho sempre bem feito, porque amo meu ofício, na arte não existe perfeição. Sou responsável e dedicada. Tenho verdadeira paixão, imenso prazer pelo que faço e não me contento com pouco. Ao longo da minha trajetória profissional fiz aliança com várias pessoas que me orgulho bastante. Não existe fórmula para o sucesso. O que me move aceitar um trabalho é a afinidade artística, o respeito e a admiração.
Você começou na TV no Domingão do Faustão, certo?
Sim. Apresentei um quadro quando eu era bem menina. Já se passaram mais de 30 anos e muita história aconteceu.
Quais são seus segredinhos de beleza e a fórmula de um bronzeado perfeito?
Não tem segredo. Claro que conto com uma dermatologista bárbara, um cabeleireiro maravilhoso e faço exercício físico. Gosto e preciso do sol. Faço caminhada na praia sempre usando protetor solar. Se eu morasse num lugar sem sol, seria uma pessoa melancólica.
Em tempos de tecnologia o que te levou a se manter distante das redes sociais?
Os meus três filhos. Eles usam de maneira legal, não fazem disso um diário. Eu acho um barato os memes (risos). Os amigos passam pelo WhatsApp. Talvez, por gostar tanto, não tenho rede social. Imagina não cuidar dos filhos, não trabalhar para ficar conectada o dia inteiro? Dessa forma estou me protegendo. Mas… Quem sabe eu não acorde dia desses com um Instagram.
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