A Máquina é um peça teatral brasileira de autoria de João Falcão, baseado em livro de Adriana Falcão, e que contou com a atuação de Gustavo Falcão, Wagner Moura, Lázaro Ramos e Vladimir Brichta no papel de Antônio, o personagem principal.
Antônio de Dona Nazaré mora em Nordestina, um lugar “longe que só a gota”. Karina, o seu amor, também vive na cidade, mas só pensa em abandoná-la e se tornar uma estrela de televisão na cidade grande. Desesperado com a idéia de perder a namorada, Antônio decide “trazer o mundo” até Nordestina. A trama básica de A Máquina, a nova peça do diretor pernambucano João Falcão, em cartaz em Recife, retrata a vida dos nordestinos que vivem no interior, de uma forma inovadora, lírica e engraçada.
Baseada no livro homônimo de Adriana Falcão, esposa de João, a peça consegue manter com brilhantismo o ritmo quase feérico do livro. As falas causam um impacto misto na platéia, que ri ao mesmo tempo que se espelha no drama de Antônio e Karina. A saga do filho de Dona Nazaré, rapaz inteligentíssimo que tira proveito do mundo do espetáculo para realizar o sonho de sua amada, é contada do ponto de vista de quatro atores interpretando o mesmo personagem.
Gustavo Lago, Lázaro Ramos, Vladimir Brichta, Wagner Moura e Felipe Koury (uma espécie de ator-reserva) se integram perfeitamente na composição da persona de Antônio. Já Karina Falcão (sobrinha de João, que representa Karina) destoa um pouco da simbiose conseguida pelos atores, e pontua um dos pontos fracos da peça, quando, desolada, canta em inglês sua saudade do namorado.
Uma das melhores idéias de João Falcão foi dividir a platéia em quatro arquibancadas distintas. Dessa maneira, é possível perceber os diferentes estilos de cada ator, que se dirigem para cada parte da platéia, alternadamente. Outro destaque fica por conta do figurino de Jefferson Miranda e da iluminação de Ney Bonfante, que aparece como uma verdadeira personagem em A Máquina.