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“Ele é mau, mas acumula derrotas e isso gera empatia”, diz Vladimir Brichta sobre Remy

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Vladimir Brichta
Foto: TV globo

“Ele é mau, mas acumula derrotas e isso gera empatia”, diz Brichta de Remy

“Eis o malandro na praça outra vez.” Ao ressurgir do “mundo dos mortos”, Remy (Vladimir Brichta) poderia reaparecer em “Segundo Sol” cantarolando “A Volta do Malandro”, clássico de Chico Buarque. O personagem volta neste sábado (20) com seu caráter duvidoso e dará um frescor à trama, que está em sua reta final com quase todos os mistérios resolvidos.

O carisma de Remy foi um dos pontos altos da novela e podem ter influenciado João Emanuel Carneiro a ressuscitar o irmão de Beto Falcão (Emilio Dantas), como avalia o intérprete de Remy em entrevista ao UOL.

“É maior barato porque não estava nos planos do João, que eu soubesse. [O retorno] tem a ver com o pedido do público, uma simpatia que desenvolveram pelo personagem. Isso potencializou a volta. É muito bacana. Eventualmente sofremos por ver caminhos que escolhemos e que podem ser mudados. Por outro lado, temos também o benefício de colher a manifestação a favor do personagem e fazê-lo ‘ressuscitar'”, disse o ator.

Para Brichta, as perdas e derrotas do malandro o humanizam e ajudam o público a gostar dele.

“O público gosta de personagens que acumulam erros. O Remy tem algo de loser [perdedor]. Não é só aquele que manipula, ele é mau, mas também acumula derrotas e isso gera empatia.” 

Vladimir Brichta

“Ele não anda em círculos, sempre avançava nas tentativas e desilusões de que foi tema. Um personagem de caráter duvidoso ocupa um lugar especial nas novelas, especialmente nas tramas do João”, analisa o ator.

A “morte” de Remy foi exibida dia 10 de setembro. O falso crime foi planejado por Laureta (Adriana Esteves) para abrir caminho para Karola (Deborah Secco) se reaproximar de Beto. A cafetina armou para envolver Luzia (Giovanna Antonelli) e conseguiu com que a heroína fosse, mais uma vez, apontada como a assassina. É exatamente Luzia a primeira a vê-lo em Salvador.

Será que Remy voltará vingativo? Brichta explica que o que o malandro retornar para buscar o seu “segundo sol”, uma nova chance, e quase dá um “spoiler” dos próximos acontecimentos.

“Ele volta dizendo: ‘Opa! Vou deixar de ser uma peça desse joguinho para ser dono do jogo, eu vou pegar o que é meu e partir’. Só que revelações o surpreendem e ele vai mudando seu foco. Ele pode querer num primeiro momento se vingar de Laureta mas, se ele achar que com ela pode ser melhor, passa imediatamente a ser parceiro dela. Digamos que ele exerça uma espécie de fisiologismo”, disse Brichta, aos risos.

Quando “morreu”, Remy não sabia que não era filho de Dodô (José de Abreu), e sim de Nestor (Francisco Cuoco), que foi amante de sua mãe Naná (Arlete Salles). A matriarca dos Falcão revelou a paternidade no velório do filho. Alguns capítulos depois, também foi descobrimos que Nestor é pai de Laureta.

A novidade pegou Brichta de surpresa, mas agradou o ator e Adriana, com quem é casado há 12 anos.

“Remy ser irmão de Laureta foi uma surpresa, eu não esperava, mas ao mesmo tempo é divertido. Cria um vínculo entre eles, e Adriana e eu podemos brincar com isso.”

“Temos gravado muitas dessas sequências e tem sido prazeroso contar essa história que a gente não tinha sequer suspeitado. Sabíamos que havia algum passado havia entre eles, mas a gente não supôs qual. Está trazendo frescor pra novela a essa altura do campeonato”, afirmou.

O amor da família, para Brichta, pode mudar Remy. “Ele é um personagem que cresceu excluído e maltratado. É um pouco vítima do pai, mas ainda assim as escolhas dele o tornam um criminoso, mau caráter. Não é que não acredite em redenção, mas ele não precisaria mudar e se transformar em herói. Seria interessante ele passar a limpo a história dele com a família, não no sentido de redenção, e sim de humanização. Aparar algumas arestas necessárias nessa relação mal resolvida”, disse.

Se pudesse aconselhar Remy, o ator diria para ele se aproximar da família e recomeçar a vida do zero.

“Se tivesse essa oportunidade diria: ‘Rapaz, em primeiro lugar, converse com seus pais, bote pra fora toda sua bronca e esqueça Beto Falcão. Você não precisa ter a mulher dele, o dinheiro dele, o brilho dele… Você tem o seu próprio. Ele não tomou o seu lugar. Você tem os seus talentos, ainda dá tempo de descobrir. Repense se Karola é uma pessoa que merece essa atenção e o carinho. Procure um amor diferente. Terapia é bom.”

“E, por último Remy, eleições estão chegando, vote consciente.”

Independente do futuro dele, Remy entrou para a galeria de personagens marcantes de Brichta. Aos 42 anos, ele roubou a cena nas suas últimas produções na Globo: foi o roqueiro anti-herói Gui Santiago, de “Rock Story” (2017); Zózimo Barbosa, da série “Cidade Proibida”; Celso de “Justiça”, além de deixar saudade como Armane, de “Tapas & Beijos”.

“Alguns trabalhos exigem uma pesquisa profunda e outros, como Remy, reconheço claramente figuras que convivi em Salvador. Na verdade, eu não tenho um método de trabalho. Cada trabalho me propõe um caminho diferente. Às vezes, trabalho sozinho, às vezes, busco outras pessoas ou uma preparação, um laboratório. Gosto do jogo. O que serve pra um personagem já não serve pro outro. Posso entrar com o mesmo espírito ou não.”

Depois de “Segundo Sol”, prevista para terminar em novembro, Brichta já está reservado para uma série, adaptação do romance “Fim”, livro da atriz Fernanda Torres, com direção de Andrucha Waddington.

“O primeiro projeto bem imediato é descansar muito, aproveitar a família, o final de ano e retomar um pouco o ritmo normal da vida, que a gente perde quando está fazendo novela. A série deve acontecer no primeiro semestre do ano que vem e, provavelmente, ir ao ar no segundo”, adiantou.

 

Fonte: https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2018/10/20/vladmir-brichta-segundo-sol-remy.htm

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