Pense em uma novela que promete mostrar o mais bonito que a Bahia tem, com direito a muita praia, Feira de São Joaquim, gente de verdade, axé, tambor, trio elétrico, tempero baiano, mas sem aquele sotaque pesado que a gente vê por aí quando tentam ‘imitar’ um baiano. Tudo isso e mais um pouco vai estar impresso na próxima novela das 21h, ‘Segundo Sol’, do escritor João Emanuel Carneiro.
A trama, aliás, ele mesmo definiu que vai servir para reflexão dos telespectadores. “O segundo sol significa a nova chance que todos nós podemos ter. A oportunidade de um novo começo e somos os protagonistas desta mudança”. Escolher a Bahia, segundo ele, não foi algo tão difícil, já que a história traz um protagonista Beto, vivido por Emílio Dantas, como cantor de axé: “lembrei dos anos 1990, da Axé Music, e me veio a ideia de ambientar a história na Bahia. Salvador é uma cidade que sempre adorei e que me inspira”.
Para fugir daquela ideia de Bahia que muitos têm em mente, Dennis Carvalho, diretor artístico do folhetim, confessou que buscou algo mais universal. “Vou mostrar uma Bahia cosmopolita. A novela terá todo o colorido baiano, mas não estamos fazendo uma trama regional ou documental”, justificou.
Maria, inclusive, reforçou a ideia do autor ao explicar o que vai fazer o público ficar em frente à TV: “a novela fala muito de relações familiares. É uma novela que dá muito prazer de fazer justamente porque é uma novela humana, com personagens e histórias muito humanas. O que eu aprendi gravando aqui nesse mês foi a generosidade e agora a gente volta para terminar as gravações no Rio com o coração generoso baiano”.
E quem daria vida à essa Bahia? Obviamente um elenco de peso, escolhido a dedo pelos comandantes deste navio. Adriana Esteves, Vladimir Brichta, Deborah Secco, Fabrício Boliveira, Giovanna Antonelli e Emílio Dantas são uns dos nomes que estão neste time e que receberam a imprensa na tarde desta quarta-feira (04), em um hotel de Salvador, para contar tudo o que está por vir na história.
Vivendo Roberval no folhetim, Fabrício Boliveira acrescentou que a dupla personalidade dos personagens vai ser notório no decorrer da história e é exatamente o que faz a trama ser mais ‘humana’, como Médicis citou. “Não teremos vilões ou mocinhos. Teremos pessoas de caráter duvidoso, mas todas têm seus momentos de bondade. É uma trama para refletir sobre preconceitos e sobre escolhas”, explicou o baiano, que também revelou ter se inspirado em um orixá para fazer seu papel. O nome da divindade, no entanto, ele preferiu deixar que o público descubra.
Por falar em baiano, Vladimir, que apesar de ter nascido em Minas Gerais faz questão de dizer aos quatro cantos que é da terra do dendê, revelou o motivo de ter aceitado o convite, mesmo após confirmar que tiraria férias após nove anos direto no ar. “O fato de se passar na Bahia foi um dos grandes argumentos para o Dennis (Carvalho) me convidar. Quando começou a se falar que haveria uma novela em Salvador, obviamente enquanto baiano comecei a achar que essa novela me pertencia um pouco. Topei. A novela se passa em 1999, que foi justamente o último ano que morei aqui. De alguma forma, resgatei exatamente a data que eu encerrava meu ciclo aqui. Isso provocou um desejo muito grande de retomar e reconhecer desejos em mim que vivi aqui naquela época. Resgatei muitas memórias importantes, me permiti a questão do sotaque… Essa novela acaba tendo um valor muito especial”, explicou.
No folhetim, o ator vive Remy, o irmão ‘babaca’, como o intérprete mesmo diz, do cantor Beto Falcão (Emílio Dantas). É com a ajuda do invejoso que Karola, vivida por Deborah Secco, namorada de Beto, vai conseguir colocar seus planos em prática, já que os dois, além de cunhados, são amantes. “Não gosto de usar o termo ‘vilão’ porque ele aproxima a gente muito de um estereótipo que a novela já se afastou. Hoje a gente flerta com algo mais humanista, com várias camadas de personalidades. Ele é mau-caráter. Ele tem um lado sombrio e menos defensável e isso vai me ajudar a mergulhar em uma coisa muito nova pra mim”, adiantou.
Adriana aproveitou para ressaltar que a trama vai servir também para dar outro norte ao telespectador: “tenho muita esperança que essa novela dê esperança para o Brasil esse ano. Não é nem só em fazer uma novela bonita, entretenimento e gostar de estar fazendo. É importante que o público goste de assistir e se prepare para votar bem no fim do ano. Quem sabe a gente tem uma certa influência fazendo nosso trabalho, com a ajuda de todos”.
Deixando a ‘tensão’ e medo de lado por conta da estreia da novela, prevista para 14 de maio, o clima entre os atores pareceu – a quem acompanhou a coletiva – de entrosamento e sincronicidade, com direito a trocas de elogios uns com os outros e também com a cidade. “É impressionante. Nunca fui em um lugar com tanta gente educada. Aqui a galera tem aquela euforia, chega querendo abraçar, mas ao mesmo tempo ninguém é invasivo, ninguém chega lascando sua roupa ou atrapalhando seu trabalho”, disse Giovanna Antonelli, a Luzia, que voltou para o Rio de Janeiro assim que a entrevista se encerrou.
Com um gostinho de ‘quero mais’, Deborah e o restante do elenco, que conclui as gravações nesta quinta-feira (05), no Farol da Barra, se despediu da capital baiana, mas já pensando no retorno: “nem que seja pra umas ceninhas no fim de semana. Não duvido nada que aconteça em breve”.
O enredo
O folhetim, inicialmente, passará em 1999, no histórico bairro de Santo Antônio, em Salvador, onde vive a Família Falcão. Beto (Emílio Dantas), um dos quatro filhos de Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles), é um famoso cantor de axé e foi um dos ícones do gênero. O artista teve muito dinheiro e fãs, mas há três anos experimenta o gosto da decadência.
A Família Falcão tira o sustento do bar de caranguejo que fica no mesmo imóvel que eles moram, mas eles correm o risco de perder a casa devido a péssima administração de Remy (Vladimir Brichta), considerado ovelha negra da família.
A protagonista Luzia vai fazer de tudo para recuperar e reconstruir sua família. Hoje os filhos da DJ vivem realidades conturbadas e ambos foram criados por Karen (Maria Luísa Mendonça) e Edgar (Caco Ciocler). Ícaro, capoeirista, leva a vida de garoto de programa para pagar a faculdade e tenta trazer para perto a irmã Manuela que se tornou uma dependente química.
Fonte: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/elenco-de-segundo-sol-se-despede-da-bahia-e-decreta-foi-um-prazer-gravar-aqui/