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Entrevista com Vladimir Brichta às vésperas da morte de Remy

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Adriana Esteves
Foto: TV Globo

Sim, todo mundo já sabe: vai rolar um “quem matou?” com a morte de Remy, personagem de Vladimir Brichta em “Segundo Sol”. Mas tem muito mais spoilers rolando por aí. Tem gente apostando que o aproveitador vai voltar vivinho da Silva, ou seja, o assassinato seria apenas mais um golpe. Também há rumores de que Remy teria envolvimento com Roberval [Fabricio Boliveira], que seria traficante de diamantes… Será? Fomos conversar com Vladimir, que deu algumas pistas e ainda comentou sobre a polêmica cena em que seu personagem força a amante, Karola [Deborah secco], a transar com ele, usando chantagem. Teria sido estupro? Com a palavra, o intérprete! (por Michelle Licory)

Sobre morrer com 14 facadas: “Ainda não gravei a cena. Todo mundo quer me matar, né? O Remy está fazendo por onde. Mas, olha, tem campanha para ele não morrer. Procure saber”.

Sobre rumores de que ele não morre de verdade: “É… Não sei, não. Mas seria o que? Um boneco de cera aparecendo pelo vidro do caixão? Vamos ver…”

E quem Vladimir acha que vai mata-lo? “O que eu acho que seria legal é se de repente a gente começasse a descobrir a relação do Remy com personagens que ele nunca encontrou. Tipo o Roberval [ponto para a galera da especulação]. Nunca fiz uma cena com o Fabricio [Boliveira]. Se de repente tivesse um flashback com eles se encontrando… Seria divertido abrir esse leque”.

Como Remy, até então apenas um vigarista, de repente ficou tão mau?“Antes era mais aquela coisa oportunista, mas a segunda fase dele veio um pouco diferente. E como ele precisaria morrer, tive que, junto com autor e direção, achar esse lugar porque se ele fosse um cara divertido, atrapalhado, a morte dele pouco afetaria. Ele precisava ficar mais incômodo…”

Ele está ficando mais odiado que a Laureta… “Mas ele está indo por um caminho mais perverso, por enquanto. Os outros personagens da história vão começar a frequentar esse lugar também, mas por enquanto é só ele assim tão perverso”.

Foi estupro [a relação sexual forçada com Karola]? “Essa atitude tornou o Remy abominável, execrável. Isso queimou muito o filme dele com o público, com razão. Percebi essa mudança no telespectador e achei legal que rolou esse entendimento de que há limites e que depois disso não dá mais pra gostar dele. É inaceitável um comportamento desse. É bom que neste momento a sociedade esteja discutindo isso, esteja muito atenta aos limites de uma relação. Eu diria que houve no mínimo um abuso. Ele abusou de uma situação, do poder que ele tinha ali na hora. Em uma certa medida, seria difícil enquadrar como estupro porque eles têm uma relação, mas abuso certamente. É uma relação doentia… A gente tende a defender o personagem, tenta não julgar. Fiz sem julgamento, mas com distanciamento acho aquilo totalmente reprovável”.

Por que Remy é tão “abominável”? “Ele tem dores. O link pra ele se tornar crível é que ele tem uma bronca imensa da família, essa ausência, essa inadequação na relação dele com o pai [que sempre o tratou com desdém], uma inveja tremenda do irmão [Beto Falcão/ Emilio Dantas], a rejeição que ele vive com Karola. Ele não passa recibo, mas é um cara rejeitado [ela nunca quis assumi-lo]… Isso faz com que ele se sinta solitário, isolado e kamikaze. De alguma forma, isso tudo conturbou a vida dele, atrapalhou as escolhas dele. Um mau caráter você pode explicar, mas não justifica. Um ato perverso é sempre errado. Mas é fato que uma relação familiar desestruturada tem reflexos para o resto da sua vida”.

Sobre a tristeza de sua mulher, Adriana Esteves [Laureta], por não poder mais ir trabalhar todos os dias ao seu lado… “Ah, vou buscar ela depois!”

 

Fonte: https://glamurama.uol.com.br/kamikaze-abominavel-uma-entrevista-reveladora-com-vladimir-brichta-as-vesperas-da-morte-de-remy/

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