O Cravo e a Rosa fez sua estreia na Globo em 26 de junho de 2000, há 20 anos. A novela das 6 escrita por Walcyr Carrasco trouxe Adriana Esteves e Eduardo Moscovis como o casal protagonista, formado por Catarina e Petruchio.
A produção fez tanto sucesso que teve 220 capítulos, 114 a mais do que o previsto inicialmente, chegando ao fim em 9 de março de 2001 e alcançando média por volta dos 30 pontos de audiência.
Em entrevista ao Estadão à época, Eduardo Moscovis analisava a boa aceitação do público: “É mérito da adaptação que Walcyr fez da Megera Domada. Quando soubre que a novela ia esticar, eu me perguntei como faríamos para sustentar o interesse pelo casal”.
“Aí conta a habilidade do Walcyr para alimentar a história sem criar ‘barriga’ e estimular o elenco. Ninguém fala ‘Ah, não, vamos gravar isso de novo’. Ele sabe graduar a aproximação e a repulsa entre Petruchio e Catarina”, continuava.
Os atores também sentiram o cansaço por conta das gravações de O Cravo e a Rosa. “Por conta de a novela ter sido esticada, interrompi a peça Eles Não Usam Black Tie. Não aguentei o ritmo”, contava Eduardo Moscovis.
“O prolongamento da trama cansa muito. Você se programa e depois tem de mudar tudo. Não vou mentir dizendo que não desgasta, mas gosto muito da novela”, dizia Adriana Esteves.
Ainda em 2001, Walcyr Carrasco analisava que o “humor leve foi facilitado pelo fato de ser de época. Hoje, as pessoas são mais francas. Naquele tempo, não”.
Além de A Megera Domada, de Shakespeare, O Cravo e a Rosa também buscou inspirações na peça Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, no triângulo amoroso entre Heitor (Rodrigo Faro), Bianca (Leandra Leal) e Edmundo (Ângelo Antônio).
O Machão, novela da TV Excelsior de 1965, também foi uma referência para a trama de Walcyr.
Eduardo Moscovis quase recusou o convite para O Cravo e a Rosa: “Fiquei preocupado por ser uma novela no horário do meu trabalho anterior. Tinha o nome de O Machão. Isso me preocupou, pois Petruchio podia ser comparado ao Carlão, de Pecado [Capital].”
“Não me interessava voltar ao mesmo horário com o mesmo tipo, mas conversei com Walter Avancini e acabei topando”, prosseguia. O Cravo e a Rosa marcou o retorno do diretor à Globo, após mais de uma década em outras emissoras. Avancini morreu em setembro de 2001, meses após o encerramento da novela.