Início Adriana Esteves Lázaro Ramos estreia como cineasta dirigindo Adriana Esteves, Taís Araújo

Lázaro Ramos estreia como cineasta dirigindo Adriana Esteves, Taís Araújo

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Adriana Esteves
Foto: Elisa Bessa

 

Com mais de 30 filmes no currículo, Lázaro Ramos estreia como cineasta no longa “Medida Provisória”. Gravado no Rio de Janeiro, o projeto é baseado na peça “Namíbia, Não”, de Aldri Anunciação – dirigida por Lázaro nos palcos em 2011 -, e fala sobre um amanhã distópico de maneira engraçada e consciente dos dilemas raciais do Brasil. No elenco nomes como Renata Sorrah, Taís Araújo, Adriana Esteves, Seu Jorge, Mariana Xavier, Dan Ferreira, Flavio Bauraqui, Pedro Nercessian, Hilton Cobra e o ator britânico Alfred Enoch.

“Estamos construindo uma família aqui. É um filme de ator. Conquistei coisas lindas na atuação de todos aqui”.
“Dirigir é saber tomar partido, escolher aquilo que é melhor para uma história. Temos cinco semanas de filmagens ao todo”.
“Manter a paixão de todo mundo acessa é cansativo, mas a equipe é forte”, diz o ator, chamado carinhosamente de “Lazinho” por seus companheiros de trabalho, ao Gshow.

 

O diminutivo é sinônimo de carinho, mas não dilui a retidão com que sua trupe e sua equipe seguem suas instruções. Vez por outra, diante de uma fala fora de tom ou de um microfone que vaza no quadro montado pelo fotógrafo Adrian Teijido (de “Elis” e “O palhaço”), Lázaro manda um “Vamos fazer de novo, gente” ou “Mais uma, galera”, buscando a afinação:

 

“Tomei aula de técnica cinematográfica antes de embarcar nessa e me arriscar como cineasta, estudando lente, eixo… Só que o fator essencial é saber transmitir os afetos que eu tenho a partir dos personagens que estou ajudando meu elenco a criar. Tudo é afeto”.

Na trama com tons de comédia, thriller, drama e (sobretudo) amor, a médica Capitu (Taís Araújo) e o advogado Antonio (Alfred Enoch) têm que encarar uma imposição legal do governo que resolve mandá-los para fora do país. Num contexto futurista com tintas de distopia, os negros brasileiros são deportados para a África. Antônio está em casa quando a medida é imposta, mas a doutora está em fuga pelas ruas.

Em meio ao tumulto que se instaura no país, o casal de protagonistas fará de tudo para se reencontrar no roteiro assinado por Lázaro, Aldri (que estrelou o espetáculo teatral na qual o enredo se baseia, ao lado de Bauraqui), Elisio Lopes Jr. e Lusa Silvestre:

“Tem uma coisa no cinema argentino, em filmes como ‘O Filho da Noiva’, com Ricardo Darín, de que eu gosto muito, que é a habilidade deles de nunca irem direto aos assuntos que norteiam suas narrativas, conquistando o espectador por diferentes camadas da dimensão humana”.
“Lá, um filme sobre um casal de idosos que resolve renovar seus votos de casamento é uma forma de o diretor falar sobre a crise econômica de seu país. Eu usei essa tradição da Argentina como referência aqui”.
“Sei que há comédias fortes sobre distopia no cinema como ‘Brazil, O Filme’ e ‘O Dorminhoco’. Mas eu fui pela via argentina para explorar uma realidade em que o humor é fundamental”.
“Não sei se ‘Medida Provisória’ fala sobre um ideal de Brasil ou se fala sobre o que nos afeta e o que nos motiva a luta, o que nos faz rir”, disse Lázaro, que desenvolveu várias versões do roteiro até se aproximar de forma mais contundente do riso e do querer.

Nas redes sociais, Lázaro posta diariamente o aprendizado que tem no set. O mesmo feito pelo roteirista Lusa Silvestre, que trouxe um novo desenho para a gramática da comédia brasileira no consagrado “Estômago” (2007).

“Temos todo um cuidado de dar uma assinatura pessoal pro tom de comédia no filme sem cair para a caricatura ou para a farsa. Na direção de arte, Tiago Marques fez um trabalho incrível de cenografia criando um futuro retrô. Nossa ideia é mostrar que a indústria se acelerou tanto que fez as pessoas do futuro desejarem peças únicas do passado”, diz Lázaro, que tem entre os créditos de produção do longa um dos maiores cineastas do país, Daniel Filho. “Na madrugada da véspera da filmagem, Daniel fez uma coisa fofa: ele me ligou, fingindo ser uma tia minha da Bahia, pra falar: ‘Não desista’. Ele é quem mais me aconselha. É um produtor atento”.

Agora, em sua missão de fazer de “Medida Provisória” um filme relevante, ele traz consigo as boas lições que tomou dos grandes diretores com que filmou:

“Trabalhei com grandes nomes. Trago pra cá o senso de harmonia que o Jorge Furtado mantém nos sets, em sua habilidade única de saber escolher pessoas parceiras”.
“Trago do Sergio Machado o respeito ao tempo do ator. E trago uma coisa bem especial do Karim Aïnouz, com quem eu fiz ‘Madame Satã’: saber entender onde se deve buscar o erro em vez do acerto… saber errar”.
“Aprendi com muitos profissionais valiosos. Agora é hora de contar bem uma história que escolhi”.

 

Fonte: https://gshow.globo.com/Famosos/noticia/lazaro-ramos-estreia-como-cineasta-dirigindo-adriana-esteves-tais-araujo-e-renata-sorrah.ghtml

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