Bate-papo entre as duas atrizes foi para a revista “Gloss” de julho, 2008.
Eliane SantosDo EGO, no Rio
Ser linda ou ser legal? Uma menina loira de 16 anos não tem problemas com o espelho, certo? E uma de olhos azuis? Pois foi em cima dessas questões que as companheiras de “ Toma Lá, dá cá ” Adriana Esteves e Fernanda Souza se debruçaram durante um bate-papo promovido pela revista “Gloss”, que chega às bancas em julho. A conclusão do papo foi que o melhor é rir de si mesma, sempre. Confira alguns trechos!
Fernanda Souza – A primeira coisa que observo num cara é se ele me faz rir ou, pelo menos, dá risadas das minhas piadas. Se for assim, já vou achá-lo um fofo. O Vladimir [Brichta , ator, marido de Adriana] é muito engraçado, né?
Adriana Esteves– Sabe que a gente fez muitos amigos por conta disso? Dizem: “Casaaaal, vamos sair para beber e dar risada?”. Humor é fundamental! Não quero um homem que me faça chorar… Até nossos filhos são engraçados. Num dia das mães ganhei de presente a fantasia da Mulher Elástica, de Os Incríveis. O Vladimir comprou para ele o pijama do Sr. Incrível e para as crianças, o Flecha e a Violeta. Quando engravidei do Vicente, os meus filhos diziam que tinha de ser menino para ser o Zezé. Aí a gente comprou o bonequinho. Não é que o Vicente é igualzinho ao Zezé?! (risos)
Fernanda Souza – Você ri de você mesma?
Adriana Esteves – Com certeza, especialmente dos furos que dou. Ao invés de me culpar, me maltratar, eu dou risada. Acho que é uma bela saída para não sofrer. Não brigo comigo, de jeito nenhum.
Fernanda Souza – Li que no início da carreira de modelo você tinha um cabelão louro, comprido e teve de pintar e fazer permanente. Seu bom humor ajudou nessa hora?
Adriana Esteves – Não! Aliás, sofri uma depressão gravíssima. Eu tinha 16 anos, um cabelo virgem, que nunca havia visto tintura, loirinho de queimado do sol. Fiquei muito indignada… Me perguntava: por que fazem uma seleção, escolhem uma modelo loira de cabelo liso para fazer uma ruiva de permanente?! Embora eu precisasse da grana, fiquei deprimidíssima. Ali, tive minha primeira grande crise na vida: até que ponto ir atrás de dinheiro vale a pena?
Adriana Esteves – Eu também quero perguntar… Fernanda, me parece que o desejo de ser bonita, de ser jovem não atrapalha você nem a deixa ansiosa. É verdade?
Fernanda Souza – Isso deve ser porque nunca ninguém me viu como a garota mais bonita. Eu podia ser a mais engraçada, aquela que dá conta do papel, mas a mais bonita…
Adriana Esteves – Como assim? Com esse olho maravilhoso?
Fernanda Souza – Ah, mas isso hoje em dia! Por isso, para mim, é muito bacana estar fazendo a Isadora [de Toma Lá Dá Cá], com o corpo legal, depois de vários outros personagens que não tinham nada a ver com beleza física. Por causa dela eu perdi sete quilos em três meses, fechei a boca e passei a correr duas ou três vezes por semana. Nem sempre dava, mas eu tive força de vontade! A personagem usa roupas justas, curtas, decotadas e eu não queria desapontar. Ainda é muito difícil para mim acreditar… Olho no espelho e vejo vários defeitos. Na verdade, penso que sou muito mais legal do que linda. (risos)
Adriana Esteves – Aliás, é muito melhor ser legal, não é? Ser legal é tudo o que a gente quer nesta vida!
Fernanda Souza – Você é tranqüila, né? Não é muito vaidosa…
Adriana Esteves – Sou vaidosa, sim. Só não sou uma boneca. Não gosto de ficar me arrumando. Queria uma mágica, que já saísse pronta com pó e tal. Por isso, nada como um pretinho básico. Prefiro ser prática.
Fernanda Souza – A proximidade dos 40 anos lhe assusta?
Adriana Esteves – Estou com 38 e não tenho saudade do que era a minha vida. Gostei de todos os momentos, inclusive os de agora. Estou construindo coisas bacanas para o futuro! Quantos homens e mulheres que a gente admira não são mais velhos? Ou são pessoas que não têm idade? O Miguel Falabella, por exemplo, é um garoto que não tem idade. Conversa com meu filho de 7 anos de igual para igual. Então, não sofro com esse assunto. Sei que a idade vem me dando e, ainda vai me dar, muitas alegrias. Está tudo certo.