É possível afirmar sem medo de estar exagerando que Vladimir Brichta é um dos mais talentosos atores da televisão brasileira. Mostrou isso em inúmeros papéis, do drama à comédia. Além disso, nos bastidores, queixam-se da escassez de galãs na faixa dos 30-40 anos. Ele é umas dessas figuras que reúne a experiência dos veteranos e a energia dos jovens. Por tudo isso, uma pergunta se impõe sempre que ele aparece em “Amor de mãe”: para onde caminha o ambientalista da trama de Manuela Dias? Desde a estreia, o personagem não deu a menor chance ao ator de mostrar essas suas possibilidades.
Diferentemente de Amanda (Camila Márdila), sua parceira de ativismo que acabou morta e saiu do ar, o personagem de Vladimir tem muitas cenas. Nesta quarta, 19, por exemplo, estava separando lixo. Contemplando o monte de porcaria, sentiu uma onda de nostalgia e relembrou a companheira de lutas. A sequência poderia ter servido a reiterar algo da trama, mas isso não aconteceu. Foi só uma aparição avulsa, sem propósito claro. Assim é a história de Davi. Em que pese toda a importância da causa ambiental, nem ela tem prestígio: vem sendo tratada com um empilhados de frases feitas. Até a caracterização — aquele rabo de cavalo — é um clichê. Davi também não dá sorte no amor. Ele já se envolveu com Vitória (Taís Araujo), com quem teve uma filha. Depois, gostou de Amanda e se encantou por Betina (Isis Valverde). Mas nenhum romance emplacou. É pena ver um ator desses totalmente desperdiçado num personagem sem função.
Foto: TV Globo
