Adriana Esteves será a grande estrela de Amor de Mãe quando a Globo retomar as gravações da novela. Thelma irá para o lado oposto do laço nobre que é o fio condutor da história de Manuela Dias: a maternidade. É a própria autora quem afirma que a personagem será capaz de tudo para não perder Danilo (Chay Suede).
A novelista concedeu uma entrevista ao Notícias da TV, na qual não deixa dúvidas sobre a vilã que construiu a partir do medo de uma mulher que criou uma vida de mentira após perder seu filho biológico em um incêndio.
“A fase 1 da novela parou em um momento de ruptura pra personagem: ela matou uma pessoa. Ela cruzou a linha. A partir daí, tudo é possível. Podemos esperar tudo de Thelma. Tudo mesmo”, diz.
Imbuída pelo sentimento maternal, Manuela escreve Amor de Mãe desde 2016. Sua trama é toda entrelaçada e trouxe três mulheres que não têm nada das tradicionais mocinhas sofredoras que o público está acostumado a ver nos folhetins.
Desde seu lançamento em novembro do ano passado, histórias do noticiário estão presentes na novela, algumas mais mirabolantes e outras mais cruéis, tal qual a TV exibe todos os dias. Os conflitos reais da vida, no entanto, não foram suficientes. E o vilão de Irandhir Santos saiu do armário rapidamente para mandar matar, armar, humilhar e também se estrepar, assim como “manda o figurino” nas novelas.
Agora, Álvaro não estará mais sozinho na missão de malfeitor. Thelma chegou chegando, matando com as “próprias mãos”. Manuela não assume que mudou de ideia, apesar de ter alardeado que não teria vilões nem mocinhos em sua saga. Questionada, a autora diz que Thelma não mudou. “A personagem foi, ao longo da novela, mostrando suas nuances e suas motivações. Até chegar a esse ponto [o de assassina]”, rebate a escritora.
Porém, ela confidencia que a nova matadora é uma personagem que a fascina. “Acho que estávamos muito acostumados a vilões ardilosos, adoráveis, com uma pitada de humor, ligados ao excesso de alguma forma, e a Thelma é uma vilã daquelas que temos dificuldade em amar”, aponta.
“Para mim e também para a Adriana Esteves, que brilha como sempre, é um desafio mantê-la nesse lugar. Thelma não é uma pessoa má, mesmo que faça maldades. A tragédia dela está justamente em ser boa, como Macbeth, que é bom. Ela quer o bem de todos, mas existe uma única coisa que ela não admite: a possibilidade de perder Danilo”, lembra.
A mãe manipuladora, que abriu mão da própria felicidade e até se colocou em risco de morte para exercer essa adoração que tem pelo filho que comprou, teve vários desdobramentos em uma espécie de passo a passo ao contrário. Primeiramente, o que se viu foi seu egoísmo, para depois mostrar os propulsores que a levaram até esse lugar de posse de um ser humano que sequer nasceu dela.
Foto: Isabella Pinheiro/Gshow