A história se passa na fictícia Greenville, cidade do litoral do Nordeste ocupada pelos ingleses no século XIX para a construção da ferrovia Great Western Railway, e onde costumes britânicos e nordestinos se misturam.
A cidade foi muito rica no passado graças à produção da Usina Monguaba, mas a crise do açúcar e uma explosão na usina adiantaram seu declínio. Sem os ingleses e o açúcar Greenville entrou em decadência, mas não perdeu a pose. Principalmente os Mendonça e Albuquerque, proprietários da Monguaba. Eles jamais permitiriam o envolvimento de uma “nobre” da família com um homem qualquer.
Na década de 1970, Eulália de Mendonça e Albuquerque (Adriana Esteves) se apaixona por Zé Leandro (Carlos Alberto Riccelli), cortador de cana da usina de sua família. Os dois sofrem com a perseguição dos Mendonça e Albuquerque, e Pedro Afonso (Cláudio Marzo), irmão de Eulália, ameaça Zé Leandro de morte. O rapaz é obrigado a fugir, mas promete voltar um dia para buscar a amada, que está grávida. A criança nasce e é batizada como Lúcia Helena (Leandra Leal). Eulália passa a viver em segredo, fugindo do rancor do irmão e do veneno da cunhada, Altiva (Eva Wilma), mulher má e mesquinha. E divide com a filha a expectativa pela volta de seu marido.
Quinze anos depois, Zé Leandro volta com uma pequena fortuna conseguida num garimpo. A fuga de Eulália, da criança e do pai, planejada anos antes, é misteriosamente boicotada e acaba em naufrágio. Só Lúcia Helena sobrevive e fica entregue aos cuidados da família, que a rejeita. O pai deixa na lembrança da filha a obsessão pela terra, que considerava o maior de todos os bens.
Algum tempo depois, o forasteiro Teobaldo Faruk (José Mayer) ganha a fortuna da família Mendonça e Albuquerque numa aposta de jogo feita com Pedro Afonso. Faruk era apaixonado por Eulália, e promete devolver todo o patrimônio a Lúcia Helena quando a menina, após atingir a maioridade, casar-se com ele. Como a família está nas mãos de Teobaldo, a jovem aceita o compromisso e viaja para estudar na Inglaterra, com data marcada para voltar e casar se com o desconhecido. Helena (interpretada por Adriana Esteves nessa segunda fase) regressa ao lar anos depois, amadurecida, incrivelmente parecida com sua mãe, e dona de uma sólida cultura. É ela a indomada da história. Disposta a cumprir o compromisso firmado com Teobaldo e honrar os ensinamentos de seu pai, ela se surpreende quando os dois se apaixonam de fato.
Herdeira de uma família que desperdiçou tudo o que tinha, Helena decide reabrir a Usina Monguaba. Essa obsessão une seus interesses pessoais ao progresso da cidade. Mas para alcançar seus objetivos, ela se vê obrigada a enfrentar as armações da ambiciosa Altiva, que nunca perdoou Teobaldo Faruk por ter se apossado dos bens da família, e muito menos por tê-los devolvido à sobrinha. A tia de Helena encontra no corrupto deputado Pitágoras (Ary Fontoura) o parceiro ideal para seus golpes. A despeito de sua avareza e soberba, Altiva confere muitos momentos engraçados à trama. Em nome da moral e dos bons costumes, ela, ao lado de suas amigas carolas, implica com a prostituta Zenilda (Renata Sorrah) e as meninas da Casa de Campo, mas não imagina que Pedro Afonso é frequentador assíduo do bordel. É para lá que a maioria dos homens da cidade vai depois de ganhar ou perder dinheiro no badalado British Club de Richard (Flávio Galvão).
No último capítulo de A Indomada, Altiva dá uma paulada em Helena, que desmaia, e ateia fogo à cabana onde a sobrinha se encontra. Teobaldo salva sua mulher e tenta resgatar Altiva, que se recusa a sair. Em mais uma das muitas cenas de realismo fantástico da novela, Altiva vira fumaça, e seu rosto toma conta do céu de Greenville. A vilã jura voltar para se vingar, em meio a gargalhadas malévolas.
Passado o susto, Helena diz a Teobaldo que ele resgatou não uma, mas três pessoas: ela está grávida de gêmeos. Os dois terminam juntos e felizes, depois de muitas idas e vindas ao longo da novela. A Usina Monguaba é reaberta e, em seu discurso para o povo da cidade, Helena se posiciona contra o trabalho infantil, comprometendo-se a “não mais moer a cana colhida por crianças”, e conclamando os outros usineiros locais a fazerem o mesmo.
LÚCIA HELENA DE MENDONÇA E ALBUQUERQUE (Adriana Esteves): A heroína, que aparece em todas as fases da trama, desde recém-nascida até a idade adulta, quando volta a Greenville. Ainda menina, Lúcia Helena compartilhava com a mãe, Eulália, a expectativa do retorno do pai, José Leandro (Carlos Alberto Riccelli). Mas ele volta e morre logo em seguida, deixando na lembrança da filha uma verdadeira obsessão pela terra, que considerava o maior de todos os bens. Por conta de sua família estar completamente nas mãos de Teobaldo (José Mayer), ela aceita se comprometer com ele para o futuro. Vai estudar na Inglaterra, com data marcada para voltar e se casar com o desconhecido. Viveu praticamente como uma prisioneira no exterior, onde ganhou uma cultura sólida, adquirida num bom colégio inglês. Volta a Greenville sem saber muito bem o que vem pela frente, mas disposta a cumprir o compromisso de casamento e resgatar o nome da família. Enfrenta os poderosos e as ambições de sua tia, Altiva (Eva Wilma), além das surpresas armadas pelo próprio coração, já que se apaixona de verdade por Teobaldo. É ela a Indomada.
Autoria: Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares
Colaboradores: Nelson Nadotti, Marcia Prates e Maria Elisa Berredo
Direção: Paulo Ubiratan, Luís Henrique Rios, Marcos Paulo e Roberto Naar
Direção de núcleo: Paulo Ubiratan
Período de exibição: 17/02/1997 – 10/10/1997
Horário: 20h
Nº de capítulos: 203
Fonte: Memória Globo