A data era 24 de agosto de 2017. Mas um bar no centro do Rio de Janeiro parecia ter saído diretamente da década de 1950. Jazz tocando enquanto garçons transitam entre diversas mesas. Uma cabine telefônica vermelha chama a atenção dos olhares anteriormente vidrados em celulares. Pianes e lustres dão aquele toque especial. Com tal clima, foi assim a coletiva de imprensa de Cidade Proibida, nova aposta da Rede Globo.
Ambientada no final dos anos 50, a série acompanha a rotina do detetive particular Zózimo Barbosa (Vladimir Brichta), especialista em investigar casos extraconjugais. Para isso, conta com o apoio da prostituta Marli (Regiane Alves), do delegado Paranhos (Ailton Graça) e do sedutor Bonitão (José Loreto). Os personagens são livremente inspirados nos quadrinhos “O Corno Que Sabia Demais”, de Wander Antunes, porém quase todas as histórias do show serão originais. Quem garante isso é o diretor Mauricio Farias – que desenvolveu tal projeto com o roteirista Mauro Wilson durante quase uma década.
Tirar essa ideia do papel não foi tarefa fácil, afinal Cidade Proibida promete criar uma versão diferente de um gênero bem raro atualmente. “A gente faz um noir brasileiro, carioca, colorido, mas com todos esses elementos antigos do suspense. Tem narração, sarcasmo e drama, mas com algo pomposo, bem bossa nova. A gente volta no tempo para falar de costumes da década de 1950, percebendo como certas atitudes eram erradas. Vira uma discussão bacana”, conta Brichta.
MUITOS ESTILOS. MUITOS PERSONAGENS.
A cada semana, Zózimo terá que lidar com um novo caso. Para isso, a equipe de Cidade Proibida decidiu caprichar na lista de atores convidados. Giovanna Antonelli, Claudia Abreu, Thiago Lacerda, Mariana Ximenes, Miguel Falabella, Andrea Beltrão, Caio Blat, Débora Nascimento, Letícia Colin e José de Abreu são só algumas das participações especiais confirmadas. “É uma história que se passa no submundo, então cada episódio tem sua textura particular e uma narrativa própria”, resume Ailton Graça.
Seja qual for o momento, a grande aliada do detetive é Marli. E apesar de ser completamente apaixonada por Zózimo, ela representa uma mulher bem a frente de seu tempo, como aponta Regiane Alves: “Marli é independente, ganha seu próprio dinheiro, tem um relacionamento aberto e transita entre a sociedade e o submundo. Tudo foi pensado para não cair no clichê. Quem assiste a série tem que se transportar para os anos 50, mas pode ver uma mulher que já dava esses sinais do que a gente está vivendo hoje. Ela abre caminhos. O Mauricio [Farias] coloca a prostituta como uma heroína nessa história.”
AS REFERÊNCIAS (#ChamaOCapitãoAmérica)
Para construir tal mundo, Farias também sugeriu vários filmes para o elenco. Por exemplo, Vladimir cita inspirações em Los Angeles – Cidade Proibida (1997), Chinatown (1974), além da recente série A Vida Como Ela É, inspirada nas obras de Nelson Rodrigues. Quem também não pode falar nessa lista é Humphrey Bogart, grande estrela do gênero noir.
Já José Loreto inspirou o gigolô Bonitão em outro nome famoso do cinema: Jack Nicholson. “Faço um galanteador cheio de trejeitos, bem no estilo dele em Sem Destino (1969). Também tem algo de Os Cafajestes (1662) nesse papel. Ele enxerga Zózimo e Paranhos como ídolos, mas também é muito traiçoeiro. Se alguém oferecer dez mil cruzeiros, passa a perna neles todos”
Por fim, o galã brinca que a série não é formada por 12 capítulos, mas sim 12 filmes: “Nunca tinha feito algo assim. É tudo muito bem desenhado. A gente não desperdiça um frame. É climax atrás de climax.” Agora, só resta saber como essa mistura de estilos das telonas ficará nas telinhas. Cidade Proibida estreia em setembro na Rede Globo.
FONTE: Adoro Cinema