O jogador de futebol Neném, interpretado por Vladimir Brichta na novela Quanto Mais Vida, Melhor!, mora com uma turma grande na Tijuca, zona norte do Rio: além de sua mãe Nedda (Elizabeth Savala), estão as duas ex-mulheres dele, Jandira (Michele Machado) e Betina (Carol Garcia), e suas respectivas filhas com o jogador: Martina (Agnes Brichta), filha do ator na vida real, e Bianca (Sara Vidal).
Agnes, 24 anos, faz sua estreia em novela e Vladimir admite que sente uma mistura de orgulho e preocupação de poder exercer o papel de pai da vida real, também na ficção. “O maior barato e aventura é você trabalhar com filho. É muito especial, tocante e ao mesmo tempo prazeroso e muito difícil porque preciso enxergar ali uma colega de trabalho e não uma filha”, contou ele na coletiva virtual da próxima novela das sete, escrita por Mauro Wilson, que estreia dia 22 na Globo.
“A primeira coisa que penso é: ‘isso não pode me atrapalhar’. A Agnes tem 24, é uma profissional. No set, ela é uma colega, não trato com diferença. Quem olha de longe deve pensar, ‘ele é meio frio como pai'”.
Apesar de tentar manter o distanciamento familiar nos bastidores, quando chegam em casa, tudo volta ao normal: “A gente chega em casa, conversa, aponto coisas que posso ter visto. No set ela não é minha filha, não sei se com isso decepciono ela, ou se a deixo mais a vontade, mas só dava para agir dessa forma”, diz ele.
O ator conta que em sua profissão costuma se valer de experiências da própria vida, e em alguma medida isso é útil, como é o caso da paternidade.
“Quando me vi tendo que chamar minha filha de filha, é como se a gente encurtasse o espaço. É impossível olhar para ela e não somar a paternidade que carrego há 24 anos. Quando é filho, aquilo tem um valor grande, um lugar especial”.
Personagem de Vladimir Brichta é um dos protagonistas da novela
Neném é um dos protagonistas da novela, queapós sofrer um acidente de avião, se encontra com a Morte (A Maia) e tem uma segunda chance. O atleta, com a carreira em decadência, precisa voltar a jogar para ganhar dinheiro e ajudar na recuperação do salão de beleza de sua mãe, despejada por falta de pagamento do aluguel, e ainda pagar o tratamento de Bianca, sua filha caçula, que sofre com um problema no coração.
Para isso acontecer, o jogador promete para São Judas Tadeu a aposentar temporariamente sua versão mulherengo e não se envolver com mulher alguma até ser contratado por um novo time.
“Tenho muita paixão por futebol, joguei, mas desisti e optei pelo teatro, acho que fiz a escolha certa. Já viajei para assistir Copa do Mundo, tenho muita paixão. Passam-se muitos anos, tenho um personagem que é um jogador, fiquei feliz de reviver esse sonho de ser jogador mesmo que na ficção”, conta ele, que achou interessante da escolha de ele ter sido craque do Flamengo, apesar de seu time de coração ser o Bahia.
“Com relação ao Flamengo, é muito legal que o time é o maior do Brasil, vive uma fase espetacular, é muito bom contar a história de um jogador que sonhava em jogar pelo Flamengo, isso ganha um caráter mítico maior do que se ele sonhasse com um time pequeno. Não tenho o menor problema de beijar o escudo do Flamengo”.
Foto: João Miguel Junior