Há 18 anos Vladimir Brichta estreava na televisão, na novela Porto dos Milagres. Desde então, fez comédia, drama, foi protagonista, vilão e, agora, será um ativista ambiental em Amor de Mãe, nova trama das 9, no ar a partir desta segunda-feira, 25/11. Com carreira consolidada na TV, teatro e cinema, Vlad, como é chamado na intimidade, optou pelas artes desde os 6 anos de idade e, hoje, fala com orgulho da escolha de sua filha mais velha, Agnes Brichta, e do enteado, Felipe Ricca, pelo mesmo caminho.
Além da faculdade de Psicologia, ela canta, estuda teatro amador desde 2002 e participa do coletivo Gema. Já Felipe, que optou por Direito, formou desde 2016 com Rodrigo Silvestrini o duo pop Cai Sahra – que lança nesta sexta-feira, 22/11, o primeiro EP nas plataformas digitais. Sobre os novos artistas da casa, Vladimir comenta o apoio incondicional.
“Faculdade a gente pode pagar, mas uma banda e uma montagem de peça não. São conquistas deles e muito bem-vindas. Sempre tive medo porque nós, pais, influenciamos de toda forma: da pior, da melhor, falando muito ou pouco, querendo ou não, mas fiquei atento para tentar interferir o mínimo possível. Seja lá o que quiserem fazer, vão ter que se dedicar ao máximo para conseguir o melhor.”
“Vejo esse investimento deles de um jeito muito bacana, sereno, com uma certa apreensão porque é uma carreira difícil, mas achando que vão encontrar o caminho deles. O único receio que eu poderia ter é se não entendessem que existem dificuldades e que elas precisam ser enfrentadas contra tudo e todos, ou seja, se quiserem mesmo, não importa, vão ser artistas em qualquer lugar do mundo”, pontua Brichta.
Tudo em casa
Em Amor de Mãe, Vladimir volta a trabalhar com a mulher, Adriana Esteves, uma das protagonistas. Em comum com a novela do horário nobre, eles têm a história de vida. Adriana, mãe de Felipe (da relação com o também ator, Marco Ricca) e de Vicente (com Vladimir), nutre por Agnes (filha do ator com Gena Karla, que morreu em 1999 quando a menina tinha um ano e 11 meses) o mesmo amor.
“Teve um momento em que precisei batalhar pela guarda da minha filha (em 2002). Não foi fácil, mas tive apoio de pessoas próximas a mim e consegui ficar com ela. Aí a Dri surgiu como mãe e foi lindo. Mas eu também tive que ocupar um pouco esse espaço. Já com o Felipe, nunca quis ocupar o lugar de pai porque ele tem um muito presente, que é um cara incrível, admirável. Ao mesmo tempo, também estou em casa, então a gente achou uma medida muito bacana (de relação)”, frisa o ator.
“Isso é moderno, as vidas são assim. Hoje, existem os mais diversos arranjos de família. É a coisa mais normal do mundo. A gente precisa de amor, né?”
Adriana, que está com Vladimir desde o final de 2003, faz coro com o marido e fala da felicidade que sente em poder viver a maternidade das duas formas: com dois filhos biológicos e uma não, sem distinção.
E sobre voltar a dividir o set de gravação com a mulher, Vladimir é só alegria: “Aí é melhor ainda, maravilhoso.”
Em cena
Na novela de Manuela Dias, o ator foi escalado para interpretar Davi, que luta contra a poluição ambiental, principalmente a destruição da Baía de Guanabara. Ele conhece Vitória (Taís Araujo) em um bar e, após uma noite, ela fica grávida. Promete ser um pai presente, mas a divergência entre os dois é grande.
“O Davi é um personagem incrível, sou muito fã. É um cara admirável, comprometido com meio ambiente e com as coisas certas. É atual e defende um tema que tenho proximidade, já que meu irmão é biólogo e meu pai geólogo. Hoje, muita gente está preocupada com o planeta, só mau-caráter que não.”
“E, de quebra, tem uma história envolvendo a personagem da Taís. Ele gosta da Vitória, vai ter um filho, mas não consegue ficar com ela por conta da escolha profissional e isso é um dilema ético muito bacana de se explorar. Muito melhor do que ser separado pela vilania de um terceiro, é não ser capaz, ainda que se goste, de manter uma relação. É uma abordagem madura”, define o artista.
Vladimir fala com entusiasmo sobre contracenar com Taís, de quem ficou íntimo por conta do casamento dela com Lázaro Ramos, seu amigo de longa data da Bahia: “É muito bom poder trabalhar com quem se admira e gosta. É um prazer! A gente fica combinando fins de semana no meio das cenas.”
Artista respeitado e com papéis de destaque, Brichta admite quem nem sempre surfou na onda do sucesso. Por um período, optou por se afastar das novelas por conta de uma insatisfação pessoal. Questão superada, hoje, ele celebra suas conquistas.
Foto: Artur Meninea/ Gshow