Vladimir Brichta está dando vida ao seu novo personagem em ‘Amor de Mãe’, o Davi. Na pele de um ativista, Vlad dá voz para o profissional que luta contra a poluição do meio ambiente e faz tudo pensando em exigir o mínimo possível do planeta.
Um de seus objetivos na trama é preservar a última parte não poluída da Baía de Guanabara. Biólogo de formação, Davi se dedica ao ativismo ambiental há algum tempo e trabalha em um galpão de reciclagem de plástico buscando incessantemente formas de punir empresas que possuem dutos clandestinos de dejetos.
Assim como o Davi, o ator se preocupa com o meio ambiente e contou com exclusividade para a Vogue Brasil quais os desafios de trabalhar este tema na trama, como é dividir cenas com sua esposa, Adriana Esteves, e se já sentiu uma pontinha de ciúmes por assistir a atriz em uma cena de romance na televisão.
Quais os desafios de transmitir essa questão ambiental tão urgente para o público?
“Hoje não é uma exclusividade minha, a consciência é muito grande e as pessoas dividem essa preocupação, não é um tema novo, é discutido a todo instante. Mas é um reforço, estamos educando as novas gerações para elas virem cada vez mais conscientes nesse aspecto e em outros. É um serviço que a novela acaba prestando pois repetirá esse tema durante meses. Não dá pra dar conta de toda a demanda que a questão do meio ambiente põe em pauta, mas falar sobre a Baía de Guanabara, reciclagem do plástico e respeito ao meio ambiente é uma forma de trazer consciência e beleza”, disse.
Sua atitude em relação à questão ambiental mudou após o personagem?
Posso dizer que o trabalho alterou minha relação com essa consciência de preservação do meio ambiente. Eu já tinha isso na minha educação porque fui educado por mãe e pai muito conscientes, meu pai é geólogo e minha mãe veterinária e vive num sítio e em total harmonia com a natureza. Então esse entendimento é muito próximo, mas com a novela eu redobro minha atenção com determinadas situações. Trouxe algumas coisas pra minha vida pessoal que eu acho que todo mundo deveria repensar. O consumo me chama muita atenção. De roupas, de tudo, porque os excessos viram lixo poluem. As roupas e os alimentos que a gente consome precisam de água e água é um bem muito caro e escasso.
Hoje quais são suas principais atitudes em prol do meio ambiente?
Educo meus filhos de forma que eles levam adiante essa consciência. Eu surfo então com alguma frequência, sempre me deparo com lixo no mar e minha atitude é sempre tirar dali. É mínimo, mas vale o gesto. Uma postura educativa para as outras pessoas vale muito. Aprendi a pegar um plástico no mar porque vi um amigo pegando o pedaço de plástico e colocando na bermuda. Reverberar esses exemplos é super importante. Outro exemplo prático é que diminui a quantidade de carne, especialmente a vermelha, na minha alimentação porque necessita de um custo de água muito grande. Então me afetou sim e tenho batido bastante na tecla em casa por causa do personagem.
Trabalhar na mesma novela que a Adriana não é uma coisa nova pra mim. Trabalhamos juntos algumas vezes e é um prazer e um estímulo muito grande dividir o mesmo trabalho, poder discutir e seguir a mesma linguagem. É positivo para as nossas vidas. Depois que nos casamos, ficamos 10 anos sem trabalhar juntos até que chegou o dia e tivemos que entender como seria essa dinâmica nossa. Saber até onde vai o casal e a partir de que momento começa o casal com suas individualidades e seu modo de trabalho. Então teve um período de adaptação alguns anos atrás. Hoje vivemos um período muito bom de harmonia.
Eu assisto às cenas da Adriana e não me causa desconforto não. Tenho muito orgulho da atriz que ela é, gosto de ver ela fazer perfeito o trabalho dela seja qualquer tipo de cena. Não me sinto desconfortável, a mim não incomoda não.
Foto: João Cotta/ TV Globo