Em “Quanto Mais Vida, Melhor!”, Vladimir Brichta é Neném. Mas é também Paula Terrare. Na novela das 7, a empresária vivida por Giovanna Antonelli trocou de corpo com o craque da camisa 10 e ganhou a responsabilidade de salvar a carreira dele. Feito cumprido com êxito por ela, no corpo dele, ao cobrar o pênalti decisivo que deu o título ao América e levou o time do jogador de volta à primeira divisão. Mas quem brilhou mesmo, em campo e fora dele, foi Vladimir Brichta, que comemorou o sucesso da cena.
“Foi um barato gravar. Mauro Wilson (autor) amarrou muito bem a história, a tensão toda, para que o grande momento do Neném fosse protagonizado pela Paula. A coisa mais inesperada. A Paula, que não sabe jogar futebol, vai lá, e num golpe, não só de sorte, mas também por ter treinado com a Tina (Agnes Brichta, filha de Vlad na vida real), consegue acertar o gol. Fiquei muito feliz quando li a cena e gostei muito de ter feito”, comentou o ator.
Ao contrário de Paula, Vlad é bom de bola na vida real. Tanto que acertou de primeira o pênalti de Neném no ângulo e com o pé que não é o bom na gravação da cena. O ator contou que fez questão de bater a penalidade com pé esquerdo, uma vez que Paula havia quebrado o dedo do pé direito de Neném em cenas anteriores justamente para não ter que jogar.
“Tem uma curiosidade que o pé machucado do Neném, da Paula, era o pé direito. Então, quando fui bater o pênalti, apesar de o Neném chutar com a perna direita, principalmente, eu resolvi que a Paula chutaria com a perna esquerda. E, quando chutei com o pé esquerdo para fazer o pênalti, consegui acertar a bola direitinho no ângulo, e não é o meu pé bom! Achei isso bem divertido também”, diverte-se ele.
E sabe como começou a paixão de Vladimir Brichta por futebol? Foi em uma novela! Em “Vereda Tropical”, de 1984, Mário Gomes era Luca (mesmo nome de Neném em “Quanto Mais Vida, Melhor!”), jogador de futebol que fez o menino Vlad se encantar pela bola e pela arte, claro.
“Quando eu tinha uns 9, 10 anos, assistia à novela Vereda Tropical, e tinha um personagem que chamava Luca, assim como o meu, coincidentemente, e era feito pelo Mário Gomes. Fiquei muito fã. Então, meu primeiro ídolo no futebol foi um ídolo da ficção. Cheguei a sonhar em ser jogador de futebol, mas, na verdade, eu estava sonhando talvez em ser aquele personagem, em ser ator, mas não tinha realizado ainda”, lembrou.
Apesar de ter nascido em Minas Gerais, Vladimir cresceu na Bahia e é um autêntico baiano, torcedor do Tricolor de lá, o Bahia. O ator conta que também acompanha os jogos da Seleção Brasileira e chegou a ir à Àfrica do Sul na Copa do Mundo de 2010, curiosamente com Marcelo Flores, ator que interpreta o Trombada, técnico de Neném. Surfista por paixão, Vlad também é, como a maioria dos brasileiros, um amante do futebol.
“Apesar de o esporte que eu mais acompanho e pratico ser o surfe, o futebol é um esporte coletivo, que precisa da individualidade e do coletivo. É um esporte que agrega tudo. Jogador pode ser alto, baixo, pesado, forte, não tem isso. É um esporte bem generoso para quem o pratica. Acho isso muito legal”, comenta.
Voltando ao pênalti que salvou a carreira de Neném em “Quanto Mais Vida, Melhor!”, será que o ator Vladimir Brichta também tem uma cobrança inesquecível? Claro que tem! Mas, curiosamente, Vlad não ficou marcado por um pênalti convertido, e sim, por um perdido…
“O pênalti que mais ficou na minha memória não foi um pênalti marcado, mas um pênalti perdido. Na Copa de 94, minha geração inteira nunca tinha visto o Brasil ser campeão, e o Baggio (Roberto Baggio), que era um craque da Itália, perdeu o pênalti que fez o Brasil ser campeão. Esse certamente é o pênalti mais memorável. A gente não quer ganhar com um erro do outro, mas foi dessa forma e se tornou inesquecível”, recorda.
Foto: Rede Globo