À primeira vista, futebol e circo não têm muitas semelhanças. Mas, para , esses caminhos se cruzam em “Quanto mais vida, melhor!” , novela das 19h em que interpreta o jogador Neném:
– Tive que voltar a emagrecer futebol, que joguei de forma amadora durante muito tempo. Teve a preparação física também, para correr atrás da bola. Eu tinha que estar apto. Não posso dizer que isso não foi um desafio. Você precisa bem, as pessoas precisam acreditar. Sugeri que a linguagem de futebol fosse muito clipada, como fazem os jogadores profissionais, como o Cristiano Ronaldo. Eles mostram o melhor jeito, o melhor… Mais que um jogador, tenho que ser uma artista: saltar do melhor jeito, pegar a bola forma mais impactante…
Na trama, o personagem sofreu um acidente fatal, mas recebeu uma nova chance da Morte ( A Maia ). Ele deve ter a oportunidade e tentar sua carreira. Na vida real, o ator diz, como os personagens, tentando que a vida ao máximo:
O sentido de urgência a vida ganha. A gente deveria viver com isso o tempo inteiro, com a ideia de que somos finitos. A gente só precisa sofrer com o que está doendo mesmo, sem perder tempo com o supérfluo, com a mesquinhez e com a vaidade, com o que não interessa. O que acontece com os personagens aconteceria comigo, nesse sentido da urgência. Reuniria a família para comer uma boa macarronada, conheceria um lugar do Brasil a que nunca fui, pediria desculpa para uma pessoa ou diria o quanto ela é importante na minha vida. Tudo isso que falei de alguma forma é embalado no amor. A gente precisa parar de perder tempo com tudo que não é amor.
Na história, Neném vive na mesma casa que as filhas, as ex-mulheres e mãe. Casado com Adriana Esteves , o ator mora com o filho deles, Vicente ; com Agnes, filha de um relacionamento anterior ; e com o enteado Felipe Ricca, do casamento da atriz com Marco Ricca :
– Aqui somos cinco e os agregados, namorada de um e de outro, primos… Gosto de casa grande, movimentada. Todas as oportunidades de sentar à mesa são os momentos mais gostosos. Falamos bobagens, conversamos… Gosto também quando consigo meus pais, que são separados. A relação é muito boa. Com meus irmãos também. E é bom reunir amigos. Já a casa do Neném tem um caos de que eu não gosto, não (risos) .
– Não teve quem não perdesse alguém próximo ou que admirava muito. Tudo isso é muito doido e traumático. Meu pai teve, foi legendado. Hoje está bem. Eu tive branda, Agnes e Felipe, também. O Marco deu aquele susto tremendo ( o ator foi internado com a doença; leia a longa entrevista dele à coluna sobre o assunto ) . Isso aconteceu com mais de 600 mil famílias. Os traumas coletivos têm que nos unir. A empatia nos salva da barbárie.
– Tem (uma idealização) , sem dúvida. Não sinto uma pressão. Sei exatamente o que vivo, o que é realidade e o que são expectativas dos outros. Isso é das pessoas. Não posso me dedicar a isso. Não faria sentido. Vivemos a vida normalmente, em harmonia. Senão estaríamos casados. Passamos por coisas que um casal que se ama passa. Não me dedico a coisas que idealizam a meu respeito.
Foto: Fábio Rocha/Globo