Início Cinema Vladimir Brichta lança ‘Um Homem Só’ no Rio, 19 setembro 2016

Vladimir Brichta lança ‘Um Homem Só’ no Rio, 19 setembro 2016

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Foto Cristina Granato
Foto: Cristina Granato

Demorou, mas não decepcionou! O longa-metragem “Um Homem Só”, dirigido pela estreante Cláudia Jouvin e protagonizado por Vladimir Brichta e Mariana Ximenes, teve sua pré-estreia carioca na noite desta segunda-feira, no Shopping Leblon, com a presença de boa parte do elenco. O longa, que foi filmado em meados de 2014 e arrematou nada menos do que três Kikitos no Festival de Cinema de Gramado do ano passado, conta a irreverente história de Arnaldo (Vladimir Brichta), um rapaz infeliz no trabalho e em seu relacionamento com Aline (Ingrid Guimarães) que, no auge do desespero, procura uma clínica de clonagem para livrar-se de sua vidinha miserável. Com uma cópia ocupando seu lugar, ele passa a acreditar que levaria uma vida nova, mas ao desistir de se replicar no meio do procedimento, Arnaldo não tem outra opção a não ser tentar mudar o rumo de sua história sendo ele mesmo.

O que ele não poderia esperar era o fato de que o clone já tinha sido materializado e, consequentemente, assumido suas rotineiras atividades. A partir disso, ele deixa sua vida nas mãos da cópia e passa se envolver comJosie, interpretada lindamente por Mariana Ximenes. A jovem, que trabalha como atendente de um cemitério de animais, é impulsiva, esperta e muito atraente – principalmente para os olhos de Arnaldo. O longa é uma fábula urbana, que trata da complexidade dos relacionamentos, com boas doses de ironia e humor, que mistura comédia e ficção científica e surpreende por sua plasticidade visual. Em entrevista exclusiva ao HT, Vladimir contou sobre o desafio de viver dois personagens ao mesmo tempo em uma mesma produção.

“Existiu um desafio bastante técnico na verdade. A gente está mais acostumado a contar histórias através das emoções e expressões, mas estar ali contracenando com um dublê é mais difícil. Foi um dos meus maiores desafios profissionais. Mas é o maior barato você se ver duas vezes. É engraçado porque estar fazendo uma cena que depois você vai ter quer supor qual reação você mesmo teria do lado de lá foi um exercício muito interessante também”, comentou ele, que ainda destacou as cenas de briga como as mais complicadas. “A cena que eu saio na mão comigo mesmo foi a mais engraçada, porque eu tive que sair rolando com o dublê quebrando tudo e ao mesmo tempo tem que ter toda essa preocupação com o rosto que não pode mostrar. Foi no mínimo curioso. Eu tentei ao máximo mostrar que esses dois personagem, apesar de terem a mesma face, têm personalidades totalmente diferentes. A gente não tem notícias de que existem clones andando por aí, mas acredito que, apesar de muito parecida, uma cópia humana não deve ter a mesma personalidade que a sua matriz”, disse o ator.

Quando questionado sobre o que o faria se tivesse um clone seu passeando por aí, ele nem chegou a pensar duas vezes na resposta: “Certamente eu passaria a vida surfando e tomando água de coco na Bahia, enquanto ele trabalhava”, brincou o galã, que há dez anos é casado com a também atriz Adriana Esteves. Mesmo com uma década de relacionamento, o artista mostrou que a chama da paixão entre eles continua acesa. “Com certeza casaria com a mesma mulher, a Adriana, e arrumaria um clone dela também para levar comigo”, afirmou.

Quem também brilha no filme é Mariana Ximenes. Pelo papel, a atriz levou para casa o troféu de Melhor Atriz no Festival de Gramado de 2015. Além da interpretação, a artista também recebeu elogios pela caracterização da personagem. Com cabelos ruivos e cheia de sardinhas, ela dá vida a Josie, uma jovem que trabalha em um cemitério de animais e rouba o coração de Arnaldo. “Esse filme é um dos meus xodós. Só de ter levado o Kikito já mostra que foi especial e valeu a pena ter embarcado nessa aventura. Nós levamos muitas horas para terminar a caracterização. O mais difícil foi fazer a cena de sexo entre os personagens. Tivemos que colocar sardas também pelo corpo, né? Foram seis horas para terminar”, entregou ela, que ainda falou sobre o perfil da jovem. “Ela é cheia de vida, impulsiva, mas diferentemente da Bruna, de ‘Supermax’, a relação dela com o cemitério é outra. Ela herdou o lugar da mãe e tem aquilo como fonte de renda. Já a Bruna tem uma certa tara pelo ambiente. Eu tenho pavor, na verdade”, brincou ela.

Com a estreia do longa, Mariana Ximenes poderá ser vista em três produções simultaneamente. Além do filme e da série, ela interpreta a protagonista Tancinha na novela “Haja Coração”. “Acho isso muito positivo, são três coisas extremamente diferentes. São gêneros diferentes e as caracterizações também, é uma oportunidade de mostrar versatilidade. É curioso que não foi uma opção estrear tudo junto. Foi uma consequência e, para mim, está sendo ótimo. Tudo o que faço, faço com amor”, declarou Mariana.

Em seu primeiro longa-metragem, a diretora Claudia Jouvin destacou que o filme não se trata de uma comédia escrachada ou de fácil compreensão como temos visto no cinema nacional. Para ela, o trabalho vai um pouco além do riso. “Espero que vejam que foi feito com a melhor das intenções”, brincou ela. “Minha busca foi fazer um trabalho que não fosse hermético e nem populista. Não dá para ignorar meu background, meu universo de referências de rock, quadrinhos, séries, todo tipo de cinema: eu sou pop. O Kleber Mendonça (diretor do político ‘Aquarius’) vai ser o Kleber, a Júlia Rezende (diretora de ‘Meu Passado me Condena’) vai ser a Júlia. Tem que ser genuíno, sabe?”, apontou. Já na direção de arte, o filme usa uma profusão de detalhes e cores criando uma atmosfera de excessos que alimenta o clima nonsense.

“Quando estudei cinema, pensava em fazer animação. Mas percebi, na prática, que não precisava apelar para a animação para fazer artifícios visuais. E eu amo trabalhar com atores”, disse Jouvin, que ainda arrancou um desempenho impecável de Otávio Müller. No papel de um amigo e colega de trabalho de Arnaldo, Müller tirou gargalhadas da plateia, numa composição de um tipo atrapalhado, sem cair na caricatura. Não foi à toa que o artista levou o Kikito de Melhor Ator Coadjuvante na premiação da
Serra Gaúcha. “O meu personagem é um clássico. É aquele super amigo que você pode contar todas as horas. E, para mim, isso não foi nada complicado, porque o Vladimir é um grande parceiro. Nós somos apaixonados um pelo outro, além de já termos trabalhado juntos por diversas vezes. Uma coisa legal é que ele é um personagem de composição, que me deixa um pouco diferente do que o público está acostumado a ver”. Na telona Otávio aparece com bigode enorme e óculos com cenas impagáveis.

Além da comédia implícita no texto irônico, entre questionamentos profundos da existência humana e a nova cara dos relacionamentos, a produção também se aproxima da reflexão sobre a solidão da era moderna. Aproveitando o gancho, Vladimir assumiu que lida bem com os momentos solitários. “Eu não costumo brigar com ela. Acho que é preciso vivenciar todas as sensações. Eu tento tirar proveito disso, porque existe uma diferença entre estar só e a solidão. É preciso também estar um pouco conectado com você mesmo para poder entender o resto do mundo”, disse ele. O filme, que tem estreia prevista para o dia 29 de setembro, ainda conta com o brilho de Ingrid Guimarães, Milhem Cortaz, Eliane Giardini e Natália Lage.

Fonte: http://www.heloisatolipan.com.br/tv/com-comedia-acida-e-reflexoes-da-existencia-humana-vladimir-brichta-mariana-ximenes-ingrid-guimaraes-e-grande-elenco-lanca-o-filme-um-homem-so-no-rio/

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