Protagonista da nova novela das sete, recém-saído do sucesso Justiça e em cartaz no cinema como um homem que faz uma cópia de si, Vladimir Brichta, por incrível que pareça é um só
Por Nataly Costa para PODER de outubro
Vladimir Brichta já pode dizer que foi dois ao mesmo tempo – pelo menos na ficção. Em Um Homem Só, em cartaz nos cinemas, ele faz Arnaldo, sujeito infeliz de tudo que um dia descobre que pode criar um clone de si. Coloca, então, uma de suas personas para cumprir o cotidiano chato e burocrático, enquanto a outra consegue ser alguém mais leve, um tanto impulsivo, apto a viver paixões. “É uma metáfora interessante porque o que ele faz é projetar alguém melhor para si, para a esposa, para o chefe. O barato é pensar como melhorar nossa vida sem precisar de um clone. Mesmo porque, até onde sei, isso ainda não é possível”, diz, bem-humorado. E segue com a reflexão: “De certa forma, somos todos fracassados e o filme fala disso. O ser humano vive forçando seus limites, acha que precisa fazer 20 coisas ao dia. Todos carregamos essa frustração de não dar conta de alguma coisa, de não suprir as próprias expectativas”.
Aos 40 anos, recém-saído do sucesso da minissérie Justiça, protagonista da nova novela global das 7, Rock Story, e com mais um filme (O Rei das Manhãs) engatado para 2017, Brichta garante que nada disso o faz sucumbir a um estilo de vida acelerado. Estar fora das redes sociais, quase todas, também ajuda. “Vejo o pessoal tirando foto de comida, pôr do sol… eu tô comendo e bronzeando!”, ri. Confessa, porém, que gasta um bom tempo no WhatsApp, no grupo da família ou no que mantém com os atores Wagner Moura, Lázaro Ramos e Marcelo Flores, seus amigos de longa data da Bahia. “São pessoas com quem vale a pena trocar. A gente se ouve, se estimula, se critica”, conta. Como não tem Facebook para fazer textão nem Instagram para demonstrar engajamento, é com o pessoal mais próximo que costuma discutir política. “Quem convive comigo sabe das minhas convicções. Não me abstenho da vida política. Não faço campanha porque não posso, estou sempre no ar. Mas participo, doo dinheiro. Inclusive estou doando para o Marcelo Freixo”, diz. “O que evito é a discussão imbecil, ser categórico em relação às coisas. Às vezes, a gente discute como adolescente, quer afirmar nossa verdade absoluta. Mas a vida não é assim, a política também não.”
Apesar de ter nascido em Minas Gerais, Brichta se considera 100% baiano – o sotaque ainda sobrevive, mesmo com 15 anos de Rio. “Meu maior orgulho é ter disputado o campeonato de surfe de Itacaré na categoria nativo”, diverte-se. O marido da atriz Adriana Esteves tem dois adolescentes (Agnes e Felipe, 18 e 16 anos) e uma criança (Vicente, de 9) em casa. “Quando a Agnes nasceu eu tinha 21 anos. Não tenho nem referência do que seria não ser pai. Não penso: ‘Ah, teria comprado uma moto, dado a volta ao mundo de barco’. A paternidade norteou minha vida.”
Fonte: http://glamurama.uol.com.br/vladimir-brichta-mostra-sua-versao-protagonista-em-ensaio-para-a-poder/#2