Vladimir Brichta está realizado profissionalmente e pessoalmente com seu novo personagem, Davi, na novela Amor de Mãe. Na trama de Manuela Dias, o ator interpreta um ativista ambiental que luta pela preservação da Baía de Guanabara, um dos maiores cartões postais do Rio de Janeiro, e exalta a cena que gravou com atores e figurantes em que eles limparam uma praia carioca.
“A gente foi fazer uma cena onde juntamos o elenco e a figuração para limpar uma das praias. E aí depois começamos a limpar o próprio lixo que estava na praia, prestamos até um benefício ao local. Tudo isso aconteceu de forma rápida, num espaço pequeno de tempo. Isso prova como a união faz a força – e a diferença – em casos assim”, comemora.
Ele tem acompanhado de perto as ações que brasileiros têm feito em prol do meio ambiente depois que uma gigantesca mancha de óleo se espalhou pelas praias do Nordeste. O artista elogia a pró-atividade da população e critica duramente a demora do governo em tomar alguma atitude.
“A população de lá está dando show, um exemplo! Mas é muito triste. É lamentável a postura do governo, que demorou 40 dias até mandar a força nacional para ajudar. Aí a população foi lá dizer: ‘cara, isso aqui é a minha vida! É o peixe que eu consumo, que eu vendo, é minha barraca de praia onde eu exploro o turismo…’ Deram um baita de um exemplo, que ao mesmo tempo que é lindo, é lamentável ter que chegar nesse ponto”, lamenta.
O ator afirma que, ao se prepara para a novela, estudou este tema a fundo, mas confessa que não sabe qual seria a solução mais plausível para cumprir o sonho de seu personagem: despoluir a Baía. Ele lembra que já houve investimento estrangeiro para cumprir este objetivo, inclusive antes das Olimpíadas de 2016, mas nenhum resultado.
“As pessoas se apavoraram, viram que não estava surtindo efeito, que não estava nada sendo feito – ou quase nada -, e criou-se uma solução ridícula de jogar um monte de produto químico na baía de Guanabara, que fez com que baixasse a poeira, a fuligem, e matou um monte de peixes junto. A água ficou translúcida – limpa jamais! Conseguiram praticar os esportes, foi um paliativo… Mas, se você pensar no que as Olimpíadas poderiam deixar de legado ambiental, foi zero! Isso a gente sabe e é um negócio de cortar o coração.”
Foto: João Cotta/ TV Globo