Apesar de ter ganhado popularidade na televisão por participações em núcleos cômicos, o berço de Vladimir Brichta é o drama. Ele mesmo lembra que interpretou títulos clássicos como Calígula e Equus no teatro de Salvador, nos primeiros 10 anos de carreira. Por isso, não soou estranho para o ator a proposta de encarnar o sério João, no filme Real Beleza, de Jorge Furtado, ainda em cartaz nos cinemas do Brasil.
É bom o público ir se acostumando com a ausência de Brichta às terças-feiras: em 8 de setembro, o ator se despede do Armane, no último episódio da série global Tapas & Beijos, quando dará um tempo da televisão e se direcionará para os projetos cinematográficos:
— Acho que fechamos um ciclo muito bem, explorando a temática do programa, que é o desencontro amoroso. No primeiro momento, você acha maravilhoso poder fazer outras coisas, mas é óbvio que agora, chegando perto do fim, a gente começa a ficar com um pouco de saudades. Dá um aperto no coração, mas não no sentido de voltar. E acho que seria sábio da minha parte, e da emissora, se me preservasse um pouco, sumisse de cena para o Armane ficar no imaginário das pessoas.
A veia cômica do ator precisou ser estimulada pelos diretores de televisão, que descobriram o dom do mineiro criado na Bahia ainda em Porto dos Milagres, sua primeira novela, e, de supetão, o escalaram para mais dois personagens cômicos. Brichta encarou com bom humor (com perdão do trocadilho) e tirou vantagem: percebeu que o riso era uma ótima ferramenta para estabelecer conexão com as pessoas.
Aliás, ele acredita que, por mais que a comédia não fosse seu objetivo inicial, lá no fundo, seu inconsciente havia reprimido esta vontade. Não foram poucas as vezes que assistiu aos filmes de Charles Chaplin, Jerry Lewis ou Jim Carrey. O moreno de 1m82cm também se destacou pela beleza. Ele não nega, apesar de achar que não é tão irresistível assim:
— A televisão se alimenta muito da juventude, e acho que a beleza me ajudou a chegar onde estou. Mas não tive medo de ficar limitado a isso. De qualquer forma, a ideia de ser estereotipado como galã no Brasil é ruim. E eu falo no Brasil porque se falarmos dos Estados Unidos, por exemplo, não existe isso. Os galãs são premiados o tempo todo. Aqui, tende-se a achar que o galã e o bom ator não estão no mesmo corpo. Discordo e acho um absurdo. Detestaria ser rotulado.
Retornando ao início da conversa, quando se mencionou o longa produzido pelaCasa de Cinema de Porto Alegre, volta- se a falar de beleza. No filme, Brichta vive um fotógrafo que está em busca de um novo rosto para a moda. As semelhanças com o personagem não são tantas, diz ele, que até tem a câmera como hobby, mas se espelhou no amigo fotógrafo André Wanderleypara compor João.
— Os valores e o conceito de beleza do papel não são os mesmos que os meus. Enxergo o mundo diferente. Apesar de falar de Cartier-Bresson, ele fotografa para a Vogue e acha belo o que está lá. A Vitória (Strada, gaúcha que interpreta a new face Maria) é linda, mas eu não acho mais bonito o padrão comercial da Victoria’s Secret do que o da minha esposa, que tem 1m62cm. O fato de ser mais alta, ou magra… não compactuo com isso — afirma.
O ator só esqueceu de salientar mais uma similaridade com seu personagem: ambos se apaixonam por Adriana Esteves. Um na ficção, outro na realidade.
FONTE: http://wp.clicrbs.com.br/redesocial/2015/08/29/vladimir-brichta-nao-acho-mais-bonito-o-padrao-comercial-da-victorias-secret-do-que-o-da-minha-esposa-que-tem-1m62cm/?topo=13%2C1%2C1%2C%2C%2C13
