O ator Vladimir Brichta atualmente está no ar como Davi, personagem da novela Amor de Mãe, e promete causar ao falar de assuntos polêmicos nos próximos capítulos da trama. O ativista ambiental tem um caso com Vitória, interpretada pela atriz Taís Araújo, e eles acabam sendo pegos de surpresa por uma gravidez da advogada.
Em conversa com o Observatório da Televisão, Vladimir falou sobre o futuro de seu personagem, preparação, envolvimento com o meio ambiente e detalhes sobre o triângulo amoroso que deve acontecer. Confira:
Esse visual do seu personagem vai permanecer assim?
“Pois é, está tudo mundo perguntando. Para mim qualquer visual para trabalho é bacana. Eu costumo topar as ideias dos diretores, dos autores, e é muito raro eu pensar na imagem dos personagens, isso geralmente vem depois. Mas eu costumo acatar com muita facilidade. Ele quiseram esse cabelo e essa barba, a ideia remetia um pouco ao passado, um período que a gente é um pouco mais realista. E onde o idealismo vive melhor, na cabeça da juventude.”
Como é o Davi?
“Além de ser esse cara com esse cabelo, ele é um biólogo que em um dado momento ele muda o ponto de vista dele, em relação ao trabalho. Acontece um acidente ambiental e ele é um dos responsáveis, aquilo vira um certo trauma na vida dele. Ele acaba criando essa organização, que se chama Planeta Vivo, para preservar a natureza.
O principal objetivo dele é limpar a baía de Guanabara, ele denúncia as empresas que estão poluindo, pega muito lixo que depois é reciclado e nada disso é fantasiado. Tudo é inspirado em pessoas que vivem nessas ONGs pelo Brasil. Ele é um cara apaixonado por isso, apaixonado pela natureza, e ele vai ter um filho com a Vitória. Eles se encontram em dado momento, ela engravida, ele vai ter um filho e acha aquilo maravilhoso.
Mas uma hora ele descobre que a Vitória é uma advogada a serviço do Álvaro, que é dono da empresa que mais polui a baía de Guanabara e rival do personagem. Por outro lado aparece a Amanda, personagem da Camila Márdila, que, antes de ser um romance, é uma parceira. Ela começa a ajudar os crimes que a empresa está causando, ele reconhece valores parecidos e acaba se envolvendo.”
Você e a Adriana Esteves estão mais uma vez na mesma novela. Existe possibilidade de vocês contracenarem?
“Até agora eu não encontrei com ela nem no estacionamento. Na cidade cenográfica a gente fica até bem perto, mas a princípio não tem nada. Eu gravei uma cena onde pela primeira vez eu ouvi o nome dela, porque a empresa contra a qual eu luto quer comprar o estabelecimento dela. Provavelmente em algum momento exista alguma possibilidade, mas ninguém me ofereceu o papel me prometendo que a gente se encontraria.”
Esse lance da reciclagem muda alguma coisa na sua vida?
“Claro que me afeta, claro que alguns hábitos a gente passa a mudar. Eu sempre fui uma pessoa, de alguma forma, bem informada a esse respeito. Meu pai é geólogo, meu irmão é biólogo e a minha família é muito ligada a questões ambientais. Eu sempre tive um certo cuidado, mas é óbvio que, estando em contato com esse assunto, isso ganha uma outra dimensão na minha vida.”
Você disse que ele e a Vitória vão se separar, mas você acha que esse filho por mudar essa relação?
“Eu acho que sim. A coisa de ter um filho é tão linda… De qualquer forma eu acho que é possível pela questão da maternidade, é um amor tão forte e natural. É um vínculo e eu acho que é um aprendizado das duas partes, eu reconheço muito mais os valores legais do Davi do que da Vitória. No entanto, o Davi tem umas escolhas, umas condutas que eu também tenho que questionar, mas ele busca uma melhora. Da Vitória também tem que reconhecer que existe algum egoísmo nas escolhas dela.”
Tem um triângulo amoroso?
“Sim, tem um triângulo! Tem o Davi, a Amanda, a Vitória e tem o Raul, que em algum momento entra nessa história também, porque é um amor dela de juventude. Para quem gosta de triângulos amorosos, tem bastante, não se preocupe, não.”
Você teve contato com pessoas ativistas?
“Eu tive contato com várias pessoas, conheço muito de leitura e ações que eu vejo, mas a principal inspiração é meu irmão. Ele é biólogo, trabalha no Ibama e combate extração ilegal de madeira. Todo trabalho que o Ibama faz para coibir o crime ambiental, meu irmão está lá trabalhando.”
A Adriana Esteves disse que nasceu para ser mãe. Como pai, você também tem isso?
“Acho que ela realmente tem muito de mãe, isso me chamou muito a atenção assim que eu a conheci. Eu como pai também, gosto muito de ser pai, mesmo tendo sido pai muito cedo. Eu sempre adorei a ideia, o desafio e achei que era muito legal. Com 15 ou 16 anos de idade, eu já reconhecia valores em mim que eu já poderia passar a diante. Eu fui pai aos 21 anos.”
Você já gravou muitas cenas na baía de Guanabara?
“Olha, sim. Tem muita coisa suja mesmo, se você calcular, tem até dados disso e a quantidade de plásticos é muito absurda. A gente precisa preservar o que está ali, já disseram que iriam limpar, jogam um produto químico, mas tem muita sujeira. Eu estou trabalhando com um cara muito importante chamado Ricardo, que é de uma ONG ligada à baía de Guanabara.
Mas a baía é uma sujeira enorme, a nossa equipe leva o lixo que a gente vai pegar em cena. E é importante que seja dito que todos são amarrados para não serem levados pelo mar. Depois a gente pegou tudo aquilo e começamos tirar muita coisa que estava ali, é muito assombroso.
Eu espero que a novela tenha a capacidade de mobilizar as pessoas, a opinião pública. Para isso a gente precisa que a mensagem chegue para as pessoas, e a novela é um veículo.”
Você chegou a fazer aula de mergulho?
“Fiz, mas 14 anos atrás eu já tinha feito. Agora eu fiz uma aula só para relembrar, a gente fez uma aula em Angra. É mais uma das coisas que a gente vai aprendendo por conta do trabalho.”
*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.
Foto: João Cotta/ TV Globo